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Canteiro central da Avenida Wenceslau Escobar receberá 800 metros de ciclovia no bairro Tristeza

Trajeto ficará entre as avenidas Pereira Passos e Otto Niemeyer, mas ainda não há previsão para início e término da obra, que é uma contrapartida de construtora. Trecho terá desvios em razão das árvores, ou seja, não seguirá um traçado reto

01/07/2024 - 20h22min


André Malinoski
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Um trecho de 800 metros de ciclovia será construído no canteiro central da Avenida Wenceslau Escobar, no bairro Tristeza, em Porto Alegre. O trajeto ficará entre as avenidas Pereira Passos e Otto Niemeyer (confira no mapa). O levantamento topográfico está sendo feito no local. Ainda não existe projeto executivo definido. 

Conforme a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), não há previsão para início e término da obra. A tendência é a construção começar ainda no segundo semestre deste ano. Trata-se de contrapartida por dois empreendimentos da construtora Melnick. A faixa de valor fica em torno de R$ 700 mil por quilômetro construído, dependendo da tipologia da ciclovia. 

— Tem uma demanda muito grande a partir da Avenida Otto Niemeyer em direção à Orla e ao Centro. Fizemos apenas o plano funcional e estamos conversando com a comunidade —explica a diretora de Mobilidade Urbana da pasta, a engenheira Carla Meinecke, citando reunião feita em março com a comunidade da região para ouvir sugestões sobre o futuro trecho da ciclovia.  

Ainda estão previstos outros 500 metros de ciclovia entre a Avenida Copacabana e a Rua Doutor Castro de Menezes. Mas estes seriam por um atalho em paralelo à Wenceslau Escobar, e não na sequência da via. Essa parte ainda não possui sequer previsão de implementação.

Nesta segunda-feira (1°), a reportagem de Zero Hora percorreu a pé o trecho de 800 metros. Há bastante grama, vegetação e algumas árvores de grande porte no canteiro central. O projeto não prevê a remoção de nenhuma delas. O trajeto para os ciclistas será com desvios, ou seja, não seguirá um traçado reto. 

Movimentação intensa no trânsito

Moradores e trabalhadores da Tristeza mencionam a frequência de acidentes no trânsito do entorno. A movimentação de veículos é intensa em ambos os sentidos da Avenida Wenceslau Escobar.

Acho arriscado uma ciclovia aqui, porque dá direto problema por causa do excesso de velocidade dos carros na via — afirma Matheus Menna Barreto, 30 anos, funcionário de um ponto comercial bem de frente para o canteiro central onde a ciclovia será construída. — Aqui não é um bom lugar — acrescenta ele, que também mora no bairro e costuma testemunhar acidentes no cruzamento com a Rua General Rondon. 

O ciclista e mecânico Daniel Ferreira, 26, passava de bicicleta perto dos veículos no sentido Centro-bairro da Avenida Wenceslau Escobar. Ele vê como algo positivo a construção da ciclovia no trecho.

— Acho necessário, porque as pessoas não respeitam o trânsito. Tenho de andar sempre esperto. Já fui atropelado por veículos três vezes — revela Ferreira, que pedalava pela via perto do meio-fio.

O comerciante Renato Ruggeri, 51, tem estabelecimento comercial a poucos metros da rótula com a Otto Niemeyer. Ele alerta para a importância da sinalização adequada, inclusive com a instalação de semáforo.

— Para os ciclistas é uma boa. E para nós, como comerciantes, também será. Locais como este precisam ter sinalização — sugere Ruggeri. 

Ciclovia da Ipiranga segue com oito quilômetros interditados 

A ciclovia da Avenida Ipiranga permanece com oito quilômetros interditados em razão da queda de taludes. O trecho liberado para os ciclistas fica localizado entre a Avenida Edvaldo Pereira Paiva e a João Pessoa, com um espaço interditado em função da enchente de maio. 

A diretora de Mobilidade Urbana, Carla Meinecke, comenta sobre a situação da ciclovia da Ipiranga.

— O primeiro diagnóstico foi contratado pelo Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) para avaliar as condições de todos os taludes, em todos os trechos. Não tenho informação se esses estudos estão concluídos, acho que ainda estão em andamento. O Dmae já iniciou a recuperação de dois trechos que estavam desabados. A princípio, vai seguir paralelo aos estudos para ver se a intervenção de correção tem de ser maior ou ser mantida no nível que estão fazendo. Este é o status da questão dos taludes agora — detalha.

Nota da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana

A SMMU enviou uma nota sobre a situação da ciclovia na Avenida Ipiranga. Confira íntegra:

"A Avenida Ipiranga tem oito quilômetros (8 km) de infraestrutura cicloviária interditada preventivamente em razão do comprometimento do talude que está em avaliação em toda a sua extensão. No trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva, a ciclovia está liberada para a circulação compartilhada de bicicletas, patinetes e pedestres.

Os bloqueios realizados com gradis e placas de sinalização iniciaram nas duas extremidades e todo o trecho foi sinalizado e isolado nas esquinas. É importante reforçar a informação de que a sinalização e os bloqueios existem para serem respeitados e para salvar vidas.

Nos trechos de ciclovia onde ocorreu o desmoronamento do talude, o bloqueio é ainda mais ostensivo e fortemente sinalizado.

Aos ciclistas foi dada a alternativa de utilizar o passeio público, a calçada, que recebeu sinalização horizontal (pintura) para informar que o trecho passa a ser compartilhado entre pedestres e ciclistas. Devido ao alto fluxo de veículos na avenida Ipiranga, esta é a orientação da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU) e da Empresa Pública de Transoporte e Circulação (EPTC) para garantir a segurança viária neste trecho de interdição da ciclovia. Quando não houver a sinalização, o ciclista deverá usar o bordo da pista de rolamento, no mesmo sentido dos demais veículos, e não o contrafluxo.

A SMMU e a EPTC tem ciência de que alguns ciclistas estão retirando as faixas de isolamento e se colocando em risco ao pedalar nos locais interditados. Em alguns pontos, ao burlar o bloqueio, os usuários se colocam em locais sem alternativa de circulação, cercado por guarda-corpos ou gradis, em que são obrigados a retornar a algum local anterior para cruzar a via em segurança.

A EPTC tem fiscalizado e recolocado incessantemente os isolamentos ao longo da ciclovia da Ipiranga e informado da situação em suas redes sociais.

Os cidadãos devem informar estes casos de desrespeito à sinalização pela Central de Atendimento 156 (opção 1) ou número 118 para que a prefeitura possa fiscalizar, analisar e providenciar estas demandas. E para a segurança dos ciclistas é importante reforçar a informação de que o uso da ciclovia, enquanto estiver interditada, não é recomendado."



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