Zona sul da Capital
Canteiro central da Avenida Wenceslau Escobar receberá 800 metros de ciclovia no bairro Tristeza
Trajeto ficará entre as avenidas Pereira Passos e Otto Niemeyer, mas ainda não há previsão para início e término da obra, que é uma contrapartida de construtora. Trecho terá desvios em razão das árvores, ou seja, não seguirá um traçado reto
Um trecho de 800 metros de ciclovia será construído no canteiro central da Avenida Wenceslau Escobar, no bairro Tristeza, em Porto Alegre. O trajeto ficará entre as avenidas Pereira Passos e Otto Niemeyer (confira no mapa). O levantamento topográfico está sendo feito no local. Ainda não existe projeto executivo definido.
Conforme a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), não há previsão para início e término da obra. A tendência é a construção começar ainda no segundo semestre deste ano. Trata-se de contrapartida por dois empreendimentos da construtora Melnick. A faixa de valor fica em torno de R$ 700 mil por quilômetro construído, dependendo da tipologia da ciclovia.
— Tem uma demanda muito grande a partir da Avenida Otto Niemeyer em direção à Orla e ao Centro. Fizemos apenas o plano funcional e estamos conversando com a comunidade —explica a diretora de Mobilidade Urbana da pasta, a engenheira Carla Meinecke, citando reunião feita em março com a comunidade da região para ouvir sugestões sobre o futuro trecho da ciclovia.
Ainda estão previstos outros 500 metros de ciclovia entre a Avenida Copacabana e a Rua Doutor Castro de Menezes. Mas estes seriam por um atalho em paralelo à Wenceslau Escobar, e não na sequência da via. Essa parte ainda não possui sequer previsão de implementação.
Nesta segunda-feira (1°), a reportagem de Zero Hora percorreu a pé o trecho de 800 metros. Há bastante grama, vegetação e algumas árvores de grande porte no canteiro central. O projeto não prevê a remoção de nenhuma delas. O trajeto para os ciclistas será com desvios, ou seja, não seguirá um traçado reto.
Movimentação intensa no trânsito
Moradores e trabalhadores da Tristeza mencionam a frequência de acidentes no trânsito do entorno. A movimentação de veículos é intensa em ambos os sentidos da Avenida Wenceslau Escobar.
— Acho arriscado uma ciclovia aqui, porque dá direto problema por causa do excesso de velocidade dos carros na via — afirma Matheus Menna Barreto, 30 anos, funcionário de um ponto comercial bem de frente para o canteiro central onde a ciclovia será construída. — Aqui não é um bom lugar — acrescenta ele, que também mora no bairro e costuma testemunhar acidentes no cruzamento com a Rua General Rondon.
O ciclista e mecânico Daniel Ferreira, 26, passava de bicicleta perto dos veículos no sentido Centro-bairro da Avenida Wenceslau Escobar. Ele vê como algo positivo a construção da ciclovia no trecho.
— Acho necessário, porque as pessoas não respeitam o trânsito. Tenho de andar sempre esperto. Já fui atropelado por veículos três vezes — revela Ferreira, que pedalava pela via perto do meio-fio.
O comerciante Renato Ruggeri, 51, tem estabelecimento comercial a poucos metros da rótula com a Otto Niemeyer. Ele alerta para a importância da sinalização adequada, inclusive com a instalação de semáforo.
— Para os ciclistas é uma boa. E para nós, como comerciantes, também será. Locais como este precisam ter sinalização — sugere Ruggeri.
Ciclovia da Ipiranga segue com oito quilômetros interditados
A ciclovia da Avenida Ipiranga permanece com oito quilômetros interditados em razão da queda de taludes. O trecho liberado para os ciclistas fica localizado entre a Avenida Edvaldo Pereira Paiva e a João Pessoa, com um espaço interditado em função da enchente de maio.
A diretora de Mobilidade Urbana, Carla Meinecke, comenta sobre a situação da ciclovia da Ipiranga.
— O primeiro diagnóstico foi contratado pelo Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) para avaliar as condições de todos os taludes, em todos os trechos. Não tenho informação se esses estudos estão concluídos, acho que ainda estão em andamento. O Dmae já iniciou a recuperação de dois trechos que estavam desabados. A princípio, vai seguir paralelo aos estudos para ver se a intervenção de correção tem de ser maior ou ser mantida no nível que estão fazendo. Este é o status da questão dos taludes agora — detalha.
Nota da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana
A SMMU enviou uma nota sobre a situação da ciclovia na Avenida Ipiranga. Confira íntegra:
"A Avenida Ipiranga tem oito quilômetros (8 km) de infraestrutura cicloviária interditada preventivamente em razão do comprometimento do talude que está em avaliação em toda a sua extensão. No trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva, a ciclovia está liberada para a circulação compartilhada de bicicletas, patinetes e pedestres.
Os bloqueios realizados com gradis e placas de sinalização iniciaram nas duas extremidades e todo o trecho foi sinalizado e isolado nas esquinas. É importante reforçar a informação de que a sinalização e os bloqueios existem para serem respeitados e para salvar vidas.
Nos trechos de ciclovia onde ocorreu o desmoronamento do talude, o bloqueio é ainda mais ostensivo e fortemente sinalizado.
Aos ciclistas foi dada a alternativa de utilizar o passeio público, a calçada, que recebeu sinalização horizontal (pintura) para informar que o trecho passa a ser compartilhado entre pedestres e ciclistas. Devido ao alto fluxo de veículos na avenida Ipiranga, esta é a orientação da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU) e da Empresa Pública de Transoporte e Circulação (EPTC) para garantir a segurança viária neste trecho de interdição da ciclovia. Quando não houver a sinalização, o ciclista deverá usar o bordo da pista de rolamento, no mesmo sentido dos demais veículos, e não o contrafluxo.
A SMMU e a EPTC tem ciência de que alguns ciclistas estão retirando as faixas de isolamento e se colocando em risco ao pedalar nos locais interditados. Em alguns pontos, ao burlar o bloqueio, os usuários se colocam em locais sem alternativa de circulação, cercado por guarda-corpos ou gradis, em que são obrigados a retornar a algum local anterior para cruzar a via em segurança.
A EPTC tem fiscalizado e recolocado incessantemente os isolamentos ao longo da ciclovia da Ipiranga e informado da situação em suas redes sociais.
Os cidadãos devem informar estes casos de desrespeito à sinalização pela Central de Atendimento 156 (opção 1) ou número 118 para que a prefeitura possa fiscalizar, analisar e providenciar estas demandas. E para a segurança dos ciclistas é importante reforçar a informação de que o uso da ciclovia, enquanto estiver interditada, não é recomendado."