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Dois meses após enchente, Porto Alegre ainda tem áreas alagadas na Zona Norte

Entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Sertório, no trecho da ponte antiga do Guaíba, volume de água apresenta elevação em alguns momentos, segundo relatam moradores. Casa de bombas da Trensurb, localizada na área, segue desativada

04/07/2024 - 12h07min


Jean Costa
Jean Costa
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Dois meses após o Rio Grande do Sul ser atingido pela enchente, Porto Alegre ainda registra áreas alagadas entre os bairros Navegantes e São Pedro, na Zona Norte. O trecho entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Sertório, ao lado dos trilhos da Trensurb, segue com acúmulo de água e apenas veículos de grande porte conseguem trafegar na área.

A reportagem esteve na região nesta quarta-feira (3) e conversou com profissionais que trabalham em serviços de limpeza no entorno, comerciantes e moradores. Felipe Camargo, 57 anos, está trabalhando na retirada de resíduos de uma loja do DC Shopping e resolveu registrar o alagamento, o qual teme que não seja solucionado.

— Eu acho mesmo é que nunca vão resolver isso aqui. Fico com pena de quem precisa fazer esse deslocamento diariamente e não consegue. Hoje, vim dar uma olhada por curiosidade, mas não me parece ser tão simples — lamentou.

O feirante Luiz Oliveira, 66 anos, que mora no bairro Navegantes, acredita que o problema no escoamento possa ter maiores consequências em futuras chuvas. No local, a água está vertendo por dois bueiros e há problemas na tubulação.

— Eu, por sorte, consegui tirar tudo de casa, até o cachorro. Acho que vai cair uma parede ou outra, mas isso não é problema agora. Problema mesmo são esses canos todos aí, que estão todos entupidos, e vai afetar a cidade – disse.

No trecho dos trilhos, embaixo da antiga ponte do Guaíba, o nível de água acumulada está acima de um 1m50cm de altura. Na região, há uma casa de bombas, que pertence à Trensurb, fora de operação. Ao acessar a estrutura, que teve as portas arrancadas pela água, a reportagem constatou que não havia fiação - roubada, segundo funcionários da empresa.

GZH procurou a Trensurb para saber quais ações foram tomadas para fazer o escoamento na região, mas não obteve uma resposta até a publicação da reportagem. Na casa de bombas, não havia sequer os motores da estação. Ao lado, na comporta de número 14, arrancada pela força da água durante a enchente, há uma estrutura de recomposição emergencial, com sacos de areia e pedras, ainda não retiradas pela prefeitura.

Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), sem a casa de bombas da Trensurb, a capacidade de escoamento de água na região é reduzida. A cota dos terrenos na área, conforme a autarquia, é praticamente igual à do Guaíba, sem declividade com a região.

Jean Costa / Agencia RBS
Apenas veículos de grande porte conseguem transitar no trecho, que segue inundado desde maio.



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