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Dois meses após início da enchente, alagamento persiste em rua da zona sul de Porto Alegre

Água parada na Rua Jacipuia, no bairro Guarujá, impede a circulação de veículos e pessoas, invade pátios de residências e provoca mau cheiro. Dmae alega que a rede de esgoto pluvial na região funciona por gravidade e, como o nível do Guaíba não está baixando, há demora no escoamento

08/07/2024 - 10h39min


Larissa Roso
Larissa Roso
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Larissa Roso / Agência RBS
Rua Jacipuia, no bairro Guarujá, zona sul da Capital, está alagada desde o início de maio.

Moradores da Rua Jacipuia, no bairro Guarujá, zona sul de Porto Alegre, reclamam de um alagamento que persiste há dois meses, desde o início da enchente, em maio. A lâmina d’água começa perto da esquina com a Av. Guaíba, na beira do Guaíba, e cobre totalmente um trecho da primeira quadra da via.

A água parada impede a circulação de veículos e pessoas, invade os pátios das residências e provoca mau cheiro. O nível oscila conforme o rio sobe ou desce, mas a região nunca esteve totalmente seca nos últimos 60 dias. Na manhã deste sábado (6), apenas um caminhão de recolhimento de lixo conseguia passar. Carros de passeio ficam estacionados em áreas secas nos arredores.

Cléia Dutra Rocha, psicóloga aposentada de 71 anos que mora na Rua Jacipuia, relata que o mesmo problema ocorreu em cheias anteriores. Nos 42 anos em que vive no endereço, ela diz que é a sexta vez que está convivendo com um alagamento prolongado.

— Precisamos usar botas, as pessoas que vêm nas nossas casas têm que ter botas. Toda a nossa vida para. Hoje, certamente, nenhuma outra rua da cidade está alagada, a não ser a nossa — lamenta Cléia, que teve perda total dos bens no andar térreo da casa na última enchente.

Contatado pela reportagem de GZH, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) justifica que a rua está abaixo do nível do rio e que não há equipamentos do sistema de proteção contra inundações, como muros, diques e casas de bombas, na região. O vento sul da semana passada provocou a formação de ondas, o que ajudou a levar água para dentro do bairro. “Toda a rede de esgoto pluvial nessa região funciona por gravidade e, como o Guaíba não está baixando, há demora para escoar”, alegou a assessoria de imprensa do departamento. De acordo com o Dmae, a drenagem possível é por meio de limpeza e hidrojateamento, ações permanentes que têm sido intensificadas. Uma equipe deve ir até o local, mas ainda não há data prevista para a realização do serviço.


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