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Emily Borghetti apresenta "Chula" em primeiro show solo

Espetáculo será nos dias 25, 26 e 27 de julho, às 20h, no Teatro CHC Santa Casa, em Porto Alegre

08/07/2024 - 15h00min


Caroline Tidra
Caroline Tidra
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Diferentemente do que é visto em eventos tradicionalistas, onde só quem é homem dança a chula, o espetáculo de Emily Borghetti, 34 anos, abre a possibilidade de uma transformação. Uma mulher dançando chula com um repertório que passa por milongas, chacareras, bugios e rancheiras. A apresentação, intitulada Chula, é o primeiro show solo da bailarina, filha de Cadica Costa e Borghettinho. 

“Eu sempre dancei essas coisas, mas em algum momento eu achei que eu dançava errado”, é o que Emily escreveu em publicação no Instagram. Mas para acabar de vez com essa ideia e romper essa barreira, ela apresenta o que sempre soube fazer: sapatear

– Minha mãe é bailarina e meu pai é músico, isso está na minha formação pessoal e artística. Trabalhei com Centros de Tradições Gaúchas sempre nessa busca de fazer com que as prendas tenham protagonismo, que sapateiem também. Além disso, essa apresentação traz a chula pelo caráter transgressor dessa palavra e pelo fato de uma mulher estar dançando a chula, da mulher ocupar esses espaços e não ficar tão presa nas formas preestabelecidas nos manuais. Temos uma dança que se constrói em cena – explica a bailarina.

Emily sobe ao palco do teatro CHC Santa Casa, nos dias 25, 26 e 27 de julho, às 20h, acompanhada pelo violonista de sete cordas Neuro Junior e pela pianista Dionara Schneider.  

– O espetáculo traz a ideia de desconstrução da chula de ser uma dança só para homens, entre os vários paradigmas. É uma proposta inovadora da Emily, é autobiográfica, e no desenvolvimento buscamos as influências da trajetória dela que vem de vários ritmos, como o flamenco – diz Silvia Canarim, diretora cênica. 

Com destaque no sapateado, Emily ganhou o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), em 2016, com a invernada adulta do CTG Tiarayú, de Porto Alegre. Na coreografia, as prendas iniciaram com sapateado. 

– Fui convidada para trabalhar com CTGs sempre quando queriam que as prendas sapateassem ou queriam que as prendas tivessem mais destaque. Isso é uma vontade. E esse espetáculo também é uma celebração da cultura gaúcha e para abrir possibilidades para que a gente faça mais.  

A apresentação contará com música ao vivo e improvisação. Também fará referência à lenda do M’Boitatá, recolhida por Simões Lopes Neto, no livro Contos e Lendas do Sul. O espetáculo foi selecionado no Edital de Incentivo a Novas Montagens do CHC Santa Casa.

– As coisas mudam. Tradição é sobre trazer, não sobre destino. Este é um movimento necessário. Meu pai e minha mãe sempre foram transgressores. A música instrumental gaúcha já entendeu o caminho do hibridismo. Agora, é a vez da dança – destaca Emily. 

Serviço

  • /// O quê: “Chula”, primeiro espetáculo solo de Emily Borghetti
  • /// Quando: dias 25, 26 e 27 de julho, às 20h
  • /// Onde: no Teatro CHC Santa Casa
  • /// Ingressos: a partir de R$ 25, à venda pelo Sympla (clique aqui) e no local.
  • /// Para saber mais: siga @emilyborghetti no Instagram.

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