Coluna da Maga
Magali Moraes e a herança verde
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Ganhei uma Árvore da Fortuna e Felicidade. Se fosse uma mudinha, já estaria faceira. Pensa numa planta beeeem mais alta do que eu! Li que a gente deve ganhar – e não comprar – pra que ela traga sorte e prosperidade. Vai trazer boas lembranças. Não foi um simples presente. Herdei de uma vovozinha que também amava o verde. E agora deve estar cuidando de um orquidário sensacional lá no céu. Quer riqueza maior do que acolher na casa da gente uma planta que já fez alguém feliz?
Herdar folhagens é muita responsabilidade. E se eu molhar demais ou de menos? E se a árvore não se adaptar? Escolhi um cantinho com bastante claridade, sem sol direto e protegido do vento. Se as plantas gostam de observar a paisagem, essa está no lugar certo: pode espiar pela janela o movimento da rua pra passar o tempo. E vamos conversar sempre, assunto não falta. Quando eu não estiver em casa, as costelas de Adão fazem sala. Vai ser bom, essas andavam mesmo solitárias.
Delicadas
Conferindo: terra renovada, adubo, ripa firme de madeira pra escorar o tronco retorcido, uma boa limpeza nas folhas delicadas. Agora é esperar. Mantive o vaso pra não ser tanta mudança. O translado foi uma aventura à parte por causa do tamanho da lindinha. E ela não veio sozinha. Ainda ganhei um vaso de lírios e enormes espadas de São Jorge. Essas saíram dos vasos e foram plantadas direto na grama. Bora proteger o jardim, a casa e todos nós. Gostar de plantas é acreditar no poder que elas têm.
Obrigada, Rah, Rafa, Ricardo e Taís! Prometo cuidar direitinho dessa herança verde. Pra dona Solange, de um jeito ou de outro, ficar feliz. Pra vocês chegarem aqui e terem mais essa lembrança afetuosa dela. As plantas não apenas decoram os ambientes, elas também unem famílias. O legado que fica é sobre um outro tipo de fortuna e felicidade: tudo aquilo que o dinheiro não compra. Emoções e sentimentos que nos tornam seres humanos sortudos e afortunados.