Coluna da Maga
Magali Moraes e o Censo dos potes
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Se o Censo do IBGE batesse na sua porta e perguntasse quantos potes plásticos moram na sua casa, você saberia responder? Esquece os que estão emprestados, que foram e nunca mais voltaram. Também não vale contabilizar aqueles que estão temporariamente no seu domicílio. Me refiro aos potes que dividem o mesmo teto com você (além de dividirem as porções de comida). Potes com dignidade e em condições de uso, não os sobreviventes manchados de molho de tomate e páprica.
Por que outra coluna sobre potes plásticos, alguém se pergunta. Leitores atentos sabem que esse assunto é sério aqui em casa. É chegada a hora de abrir as portas dos meus armários e gavetas pra fazer um levantamento real oficial. O problema é que eu mesma sou a recenseadora e a louca compradora de potes. Percebi um crescimento populacional deles na cozinha, e as coisas estão saindo do controle. Saber quantas pessoas, TVs e banheiros habitam uma casa é bem mais fácil.
Tampas
Sua pilha de potes pode ser uma grande ilusão. Todos estão pra jogo ou apenas fazem volume? Garanto que o IBGE só se interessaria por potes com tampas que fecham direito. Os inteiros, sem rachadinhos suspeitos. Os novos e seminovos. Ah se a Vigilância Sanitária bate em certas geladeiras! Show de horrores em forma de plásticos retorcidos pelo micro-ondas. Por favor, um minuto de silêncio em homenagem aos potes que, nesse momento, tremem congelados no freezer. Vão trincar.
E tem a questão da transparência. Pro Censo e pro plástico, coitado. Ele deveria continuar transparente, não ficar opaco ou gorduroso. Potes coloridos são mais bonitos e higiênicos? Tudo depende do gosto (e do detergente). Polêmica: os potes de sorvete. Eu gostaria de saber o que o IBGE pensa sobre isso. Eles contam como moradores ou são penetras? Agora com licença, preciso arregaçar as mangas. Sexta é um bom dia pra fazer o Censo e desapegar dos avulsos. Depois no fíndi ir às compras.