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Coluna da Maga

Magali Moraes: festas juninas e julinas

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

01/07/2024 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Não é de hoje que as comemorações do São João invadem o mês de julho. É porque junho passa rápido demais ou é São Pedro que não colabora? Quando meus filhos estavam no colégio, lembro que a data da festa trazia sempre uma observação: “em caso de chuva, será transferida”. E acontecia seguido. Então julho, que já brilhava por causa das férias de inverno, ganhava uma atração extra. Se atrasasse mais um pouco o calendário, as fantasias de caipira do ano anterior já nem serviriam.

Nunca morri de amores por festas juninas ou julinas. No meu tempo de estudante, qualquer festinha era imperdível pelo simples fato de encontrar minhas amigas e amigos. Depois como mãe, a função fazia parte do calendário escolar: e missão dada era missão cumprida. Obviamente o que sempre gostei foram as atrações culinárias: bolo de milho, quentão, cachorro quente, pipoca e outras delícias. As longas filas pro churrasquinho eram um clássico. Todo mundo saía defumado e feliz.

Fisgada

Faz uma eternidade que eu não pinto o dente de preto ou entro em uma fila de pescaria. Mas, esses dias, assim do nada, fui fisgada por um casalzinho caipira. Estava parada no sinal fechado de uma rua movimentada, com a cabeça longe. De repente, essa duplinha de cinco ou seis anos atraiu o meu olhar. Estava tudo ali. Chapéu de palha, bigodinho, calça cheia de remendos, camisa xadrez, vestido rodado, pintinhas no rosto, tranças e dois sorrisos enormes. Animados que só vendo.

Logo abriu o sinal, e tive que ir em frente. Claro que antes guardei pra mim um pouquinho daquela empolgação infantil. Os dois sorriram um pro outro, e eu sorri sozinha. Colegas de turma? Vizinhos de rua? Nunca vou saber. Era começo da tarde, e deduzi que eles estavam indo pra aula. Dia de festa junina!! Nem fui convidada, e já imaginei as bandeirinhas coloridas no teto, a profe fantasiada, a dança de quadrilha. Coincidência ou não, depois comprei um bolo de milho.

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