Escrevi essa coluna após terminar a cerimônia de abertura das Olimpíadas, sexta passada. Logo eu, que disse que não ia perder tempo assistindo. Fiquei com um olho no gato, outro no peixe. Vi quase tudo: trechos ao vivo pelo YouTube e vídeos das partes que perdi. Isso entre reuniões de trabalho e um filho chegando de viagem. Simultaneamente olhando os comentários nas redes sociais e os novos memes pipocando. Se senti fome, não lembrei de ir até a cozinha comer algo.

No paralelo, a melhor comentarista me atualizava pelo WhatsApp: “Vai começar”… “O que estão achando?”...“A Lady Gaga tá cantando!”... “Olha a Celine Dion!!”... “Estás vendo?”... “Depois do cavalo é que ficou bom”. Não vi a tarde passar. Não sei como, consegui dar conta de tudo. Daí caiu a ficha. Vai ser assim nas duas próximas semanas. Conciliar o dia a dia com um evento desse porte requer fôlego de maratonista. E vai embolar mais. Os jogos terminam domingo, 11 de agosto, Dia dos Pais.

Trabalhador

Quem é você nas Olimpíadas? A pessoa fanática por esportes que não perde nada? O ser mais desligado do planeta, e nem sabe o que está acontecendo? O cara do contra, não gosta e não vê? O trabalhador fazendo malabarismos pra acompanhar os jogos? O patrão faceiro em Paris? Pelo menos, quem viu a abertura pela TV levou vantagem: o show ficou amarradinho com a montagem de cenas do que acontecia pela cidade e o que foi gravado antes. E aquela chuvarada não nos pegou.

Sou da turma que se interessa mais pelos bastidores, curiosidades, fofocas e o deslumbrante cenário. Chega de reclamar do feioso uniforme da delegação brasileira. Vamos admirar a beleza de Paris e das piruetas das ginastas, aplaudir a diversidade de raças e culturas. São as Olimpíadas com a maior presença de atletas mulheres da História. Bora se inspirar nos recordes, na superação e na energia boa que envolve esportes tão diferentes. Quando vê, já terminou. E o dia a dia segue.

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