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Mais de 1,2 mil alunos voltam às salas de aula em escolas recuperadas pela Marinha

Nesta quinta-feira (4), duas instituições – uma municipal em Porto Alegre e outra estadual em Guaíba – retomaram as atividades presenciais graças ao auxílio de fuzileiros navais. Foram 25 de trabalhos de limpeza e recuperação para receber as crianças após dois meses sem aulas devido a danos causados pela enchente que afetou o RS

04/07/2024 - 21h00min


Sofia Lungui
Sofia Lungui
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Nesta quinta-feira (4), mais estudantes voltaram às salas de aula na Região Metropolitana. Após trabalho de recuperação pelos danos causados pela enchente, foram reinauguradas a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ilha da Pintada, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, e a Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Doutor Solon Tavares, em Guaíba. Juntas, as instituições atendem a mais de 1,2 mil alunos.

Após 25 dias de limpeza e intervenções conduzidas por fuzileiros navais, foi possível retomar as atividades nas instituições depois de dois meses sem aulas. As duas escolas foram adotadas pela Marinha do Brasil, que disponibilizou militares para realizar a lavagem dos espaços e do mobiliário que poderia ser recuperado. Na EEEP Doutor Solon Tavares, parte dos alunos já havia retornado às atividades na última sexta-feira (28), no segundo pavimento do prédio, que foi menos atingido.

Já na Emei Ilha da Pintada, as aulas vão reiniciar oficialmente na segunda-feira (8). Nesta quinta, o dia foi de celebração e recepção às famílias presentes, com a presença de autoridades e entrega de kits escolares, que foram obtidos com auxílio da própria comunidade escolar.

— Nossa comunidade precisa muito dessa escola. Nós temos esse espaço incrível e não poderíamos deixar de fazer essa reinauguração. É um sentimento de gratidão e orgulho poder fazer essa entrega à comunidade — comemora a diretora da Emei Ilha da Pintada, Luciana Scolari.

Em visita à Emei Ilha da Pintada, a reportagem de Zero Hora acompanhou o retorno dos alunos e a recepção calorosa realizada às famílias presentes. Atualmente, a instituição conta 130 alunos de três a cinco anos e 45 profissionais. Participaram das atividades nesta quinta 45 alunos.

— A escola traz esse vínculo. Aqui um fortalece o outro, tanto as crianças quanto os adultos. Voltar para esse espaço dá uma sensação de alívio e de muita esperança — afirma Jenifer de Souza Brandão, professora na instituição e mãe de uma aluna.

Trabalho em equipe

Além da higienização dos móveis, brinquedos e espaços, a equipe realizou o descarte de materiais destruídos pela enchente, pintura da escola, reparo do sistema elétrico, restabelecimento do abastecimento de água e instalação de sinal de internet. Os militares também verificaram quais equipamentos eletroeletrônicos seria possível recuperar.

— Não sabíamos o que esperar antes de vir, e quando chegamos aqui a escola estava devastada pela lama. Tivemos que limpar, higienizar tudo, refazer toda a pintura e reparos. Dá um calor no coração ver hoje essas crianças felizes, voltando à normalidade — destaca o segundo-tenente Lucas Bryan, tutor responsável pelas obras na Emei Ilha da Pintada.

Vindos do Rio de Janeiro, os 20 voluntários que participaram são do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil do RS, subordinado à Força Naval Componente do Comando Conjunto da Operação Taquari 2. Eles atuaram nos locais com o apoio de caminhões e maquinário. No total, mais de 300 militares vieram ao Estado para auxiliar na operação.

Também foram recuperadas pela Marinha do Brasil a Escola Estadual de Ensino Fundamental Otaviano Manoel de Oliveira Júnior e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Rita de Cássia, ambas em Guaíba, sendo a última a maior unidade de educação do município. Mais de 2,1 mil alunos foram beneficiados pelas intervenções.

Escolas seguem fechadas

A Emei Ilha da Pintada é uma das 14 unidades da rede municipal da Capital que tiveram danos graves por conta da enchente. Destas, já retomaram as atividades a Emei Cantinho Amigo, que está funcionando no Colégio Militar de Porto Alegre, a Emef João Belchior Marques Goulart, cujos alunos estão tendo aula na Emef Paixão Cortes, e a Emeb Liberato Salzano Vieira da Cunha, que segue funcionando em espaço provisório próximo à escola.

Já a Emef Porto Alegre retomou atividades parcialmente, no próprio prédio. As outras nove instituições municipais seguem sem aulas, com cerca de 2 mil estudantes matriculados. A previsão, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), é reabrir todas as escolas ainda em julho ou, pelo menos, retomar as atividades mesmo que em local provisório.

Quanto à rede estadual, 21,2 mil estudantes estão tendo aulas remotas. Outros estão alocados em espaços alternativos e ainda há três instituições fechadas. Essas escolas sem aula somam 1.142 estudantes matriculados. Conforme a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), os alunos das escolas das Ilhas e do bairro Humaitá estão sendo atendidos provisoriamente no Sesi Rubem Berta.  


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