Entrevista na Gaúcha
"Não podemos continuar no sistema de bota-espera, é uma questão de saúde pública", diz Melo sobre lixo acumulado da enchente
Segundo o prefeito de Porto Alegre, o plano B é enviar o excesso de entulho para um aterro em Minas do Leão. Entre o início de maio e o início de julho, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana contabilizou que 91,7 mil toneladas de entulho foram retiradas das ruas da Capital
Em entrevista na manhã desta quarta-feira (24) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, falou sobre soluções para o lixo acumulado após a enchente no município. Segundo Melo, o sistema de "bota-espera", onde resíduos da inundação são alocados em pontos específicos da Capital para posterior coleta, não deve continuar.
— Não podemos continuar no sistema de bota-espera, é uma questão de saúde pública. Se não resolvermos essa semana, não vou esperar. Terei que fazer mudanças nos contratos — afirma.
Na última sexta-feira (19), um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) levou a prefeitura de Gravataí a suspender a colocação de resíduos da enchente de maio no aterro São Judas Tadeu, que fica no município da Região Metropolitana. O espaço era destino do entulho recolhido em Porto Alegre e Canoas. Com isso, a prefeitura da Capital passou a encaminhar temporariamente o lixo pós-enchente para o terreno de um aterro localizado na Avenida Severo Dullius, no bairro Sarandi.
— O plano B é enviar para Minas do Leão. Eu já estou analisando os contratos, mas isso vai custar três vezes mais. Porque o aterro aqui é mais perto e tínhamos um contrato firmado, mas não há outro caminho. Então, se o problema não for resolvido esta semana, eu imediatamente tomarei a decisão. Vou mandar para Minas do Leão e terei que fazer mudanças nos contratos — explica Melo.
Entre o início de maio e o início de julho, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) contabilizou que 91,7 mil toneladas de entulho pós-enchente foram retiradas das ruas da Capital. Segundo o DMLU, isso equivale a mais de 40 mil viagens de caminhões.
— Nós temos um problema de lixo que não é só decorrente da enchente. Antes, tínhamos 480 focos de lixo, e reduzimos para 300. Esses focos já existiam antes da enchente e, tristemente, continuam a ocorrer depois dela — pontua o prefeito. — Gostaria de fazer um apelo: por favor, não joguem lixo na rua, nem em nenhum outro lugar inadequado, e muito menos criem focos de lixo — completa.