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Casaco e cachecol

Onda de frio no RS deve persistir até 16 de julho

Sequência de dias gelados é provocada por duas frentes frias. Há risco de geada e a massa de ar polar virá da Argentina, em direção ao centro do Estado 

10/07/2024 - 14h26min


Jhully Costa
Jhully Costa
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Luvas, toucas, cachecóis e muitas camadas de roupas terão de acompanhar os gaúchos por pelo menos mais seis dias. Isso porque a intensa onda de frio que atinge o Rio Grande do Sul deve persistir até 16 de julho. Desde o início desta semana, os termômetros marcaram temperatura negativa em diferentes municípios — em Encruzilhada do Sul, inclusive, houve registro de chuva congelada na noite de terça-feira (9).

Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, explica que a sequência de dias gelados é causada por duas frentes frias bastante intensas que passaram pelo Rio Grande do Sul no final da semana passada, puxando massas de ar polar. E a tendência de baixa temperatura seguirá por conta do ingresso de novas frentes na região:

— Na quinta-feira (11), uma nova frente fria ingressa e reforça o ar polar, porque puxa a massa de ar polar mais gelado atrás dela. Então, seguirá favorecendo a queda da temperatura. O tempo continuará bem gelado, com mínimas muito baixas. O risco de geada segue e ainda há previsão de precipitação invernal (chuva congelada) para hoje.

Essa nova frente fria — e posterior massa de ar polar — virá da Argentina, em direção ao centro do Estado. Ou seja, passará sobre o território gaúcho de maneira continental.

Borges comenta que o Rio Grande do Sul está acostumado a registrar temperatura reduzida nesta época do ano, mas ressalta que as mínimas tão abaixo de zero têm chamado a atenção, especialmente porque não tivemos ondas de frio tão intensas no ano passado.

— Saímos do El Niño e a temperatura do Oceano Atlântico perdeu intensidade, estava mais quente do que está neste ano. Esses fatores contribuem para a massa de ar polar agir com mais força. Estamos em uma época do ano em que recebemos menor incidência de radiação solar, a noite e a madrugada são maiores. Consequentemente, temos mais perda de calor, então o dia já é frio, e a massa de ar polar que permanece por vários dias favorece uma queda mais acentuada — afirma o meteorologista.

Sequência de frentes frias e chuva

O especialista esclarece que não há nenhum “bloqueio” que faça com que a massa de ar polar fique estacionada. Sua permanência sobre o território gaúcho é explicada pelos reforços que foi recebendo, com uma sequência de frentes frias.

A tendência de frio intenso seguirá durante a semana principalmente nas Missões, no Oeste, no Centro, nos Vales, na Campanha e no Sul, com possibilidade de nevoeiro e geada. E a sensação térmica deve ser ainda mais baixa, em decorrência da umidade. A previsão indica que há chance de chuva até domingo (14) em diferentes regiões do Estado.

— Regiões Norte, Serrana e Metropolitana devem continuar com condição de muita nebulosidade na quinta-feira. A passagem da frente fria reforça a chuva, então deve seguir a condição. Para o Norte, Centro, Região dos Vales e Missões também segue a chance de chuva ao longo da sexta-feira (12), mas a precipitação mais intensa fica restrita para a Serra, nas demais regiões deve ser garoa, sem chuva generalizada — aponta Borges.

Para o sábado (13), a previsão indica poucas aberturas de sol e a passagem de outra frente fria pelo Oceano Atlântico. Apesar da distância, o evento deve intensificar as instabilidades nas regiões Metropolitana, Norte e Serrana.

Para o domingo, há condição de muita nebulosidade em todo o Estado, mas principalmente na Faixa Leste, pegando as regiões Centro-Sul, Metropolitana, Vales e Serra. Nessas áreas há chance de chuva mais fortes e até temporais — finaliza o meteorologista.


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