Bairro Fátima
Ainda sem definição sobre aterro sanitário, moradores de Canoas convivem com mau cheiro e mosquitos
Parque Eduardo Gomes é o maior ponto provisório para depósito de entulhos gerados pela enchente, enquanto não há definição sobre destino final do lixo
Esperando um destino para montanhas de lixo que se acumulam no Parque Eduardo Gomes, em Canoas, moradores do bairro Fátima convivem há semanas com o mau cheiro e a infestação de insetos. O local é o maior ponto provisórios para depósito de entulhos gerados pela enchente, enquanto não há um destino final para os materiais.
Nesta quinta-feira (1º), o consórcio de municípios da Região Metropolitana abriu edital para contratar aterros sanitários aptos a receberem os materiais. O prazo de 15 dias úteis para seleção das empresas preocupa os moradores, que reclamam da situação.
— Tudo o que tu mexer tem mosquito. Tá assim, contaminado. Isso aí vai dar uma doença sem tamanho — reclamou Otilha Nogueira que mora há 40 anos na Rua Bartolomeu de Gusmão e que teve a casa invadida por mais de um metro de água.
O relato é compartilhado com a vizinha Joice Calegari, que mora na mesma rua.
— Quando chove vem um odor bem forte, mas a gente sofre bastante com os mosquitinhos. Não dá para deixar nada, mesmo colocando repelente, continuam. É um mosquitinho bem pequeninho — afirmou a publicitária.
Apesar do prazo no edital da Granpal de 15 dias para a seleção da empresa, a prefeitura de Canoas mantém a previsão de limpar o parque até o dia 15 de agosto. "O município também está fazendo uma licitação própria para destinação final dos entulhos", diz nota.
"O prazo para limpeza do Parque Eduardo Gomes segue até 15 de agosto, enquanto os demais transbordos têm previsão para o final de setembro", segue nota enviada pelo município.
Situação na Capital
Em Porto Alegre, os entulhos também seguem acumulados em depósitos temporários.
Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, os materiais depositados nessas áreas provisórias são destinados para outro local temporário, nas proximidades da Severo Dullius. Para o destino final do lixo, o DMLU afirma que aguarda o resultado do credenciamento da Granpal e as adequações do aterro de Gravataí.
Desde o dia 20 de julho, o aterro São Judas Tadeu, em Gravataí, não recebe mais entulhos da enchente por conta de uma interdição solicitada pelo Ministério Público. O local possui licença para receber resíduos inertes e o entendimento é de que o local não estava apto para receber resíduos da enchente.
Edital da Granpal
O consórcio de municípios publicou edital para contratação de um espaço apto a receber 483 mil toneladas de entulhos. O documento estabelece um valor máximo de R$ 116,46 por tonelada recolhida, com valores sendo quitados pelas prefeituras conforme a quantidade destinada.
O prazo para realizar a análise e divulgar o resultado da empresa selecionada é de 15 dias úteis após o cadastramento. O contrato terá vigência de 12 meses, podendo ser prolongado por até 60 meses.