Esportes para todos
"Antes a palavra inclusão era só um nome, agora é participação", diz mãe de aluno das Olimpíadas da Inclusão
Educandário São João Batista promoveu ação que oportuniza a inclusão dos esportes para crianças e adolescentes com deficiências.
Os atletas paralímpicos percorreram, na quarta-feira (29), a Avenida Champs-Élysées, em Paris, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de 2024. Também na quarta-feria, na capital gaúcha, no bairro Ipanema, os alunos do Educandário São João Batista desfilaram durante a abertura da Olimpíada da Inclusão. Ao todo, cerca de 40 alunos marcaram presença no evento, participando de seis modalidades de esportes adaptados.
A ação fez parte da 30ª Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, promovida pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS (Faders) entre os dias 21 e 28 de agosto.
A manhã no Educandário contou com a presença de pais, responsáveis e de autoridades do município, com representantes da prefeitura de Porto Alegre, do Departamento de Desenvolvimento do Esporte e Lazer e vereadores. A cerimônia foi iniciada com a Tocha Olímpica, conduzida pelos alunos Bruno da Costa, Peterson Saldanha e Vitória Melgarecho.
Após a solenidade, o presidente voluntário da instituição, Ronaldo Leite, realizou um discurso, onde destacou a importância da ação:
— É um marco para o Educandário, por ser uma das instituições mais antigas que cuida de crianças e adolescentes com deficiência no Estado. Este ano completamos 85 anos e é uma honra esse evento, ainda mais no mesmo dia que começa a Paralimpíada.
Vitória Melgarecho, 16 anos, possui paralisia cerebral leve. Ao concluir o acendimento da tocha, a jovem se emocionou. Sua mãe, Rosana Melgarecho, comenta que a aluna já participou de outras atividades esportivas, como vôlei e basquete, no RS Paradesporto. Para Rosana, eventos como esse podem promover uma oportunidade de inclusão:
— Cada vez mais estamos incluindo de verdade, antes a palavra inclusão era só um nome, agora é participação. Isso é muito importante, aqui ela consegue se sentir capaz de tudo.
Com partidas de basquete, arremesso de peso, tubo de cores, golfe de sopro, boliche e volençol, a manhã e a tarde no Educandário foram preenchidas por estudantes que, durante um dia, se tornaram atletas.
A atividade foi dividida em dois turnos e após a finalização das partidas todos os participantes receberam uma medalha. A premiação, segundo a instituição, simbolizava que "vencer o preconceito é um grande desafio que todas as pessoas com deficiências vivenciam".
Bocha Paralímpica
Após a abertura, o evento contou com a participação de dois atletas de bocha paralímpica. O ex-aluno do Educandário Milton Oliveira, 33 anos, ao lado do atleta Felipe Bozi, demonstrou as regras e o funcionamento da disputa. O atleta iniciou o treinamento em agosto de 2018, participando da classe BC1 (atletas que podem ter auxílio para estabilizar a cadeira e receber a bola), em 2019 foi medalhista no Campeonato Estadual de Bocha Paralímpico, ficando no pódio também nos anos de 2022 e 2023.
Oliveira treina no clube RS Paradesporto, com a treinadora Fabiane Povoa. Para a profissional, o esporte sempre traz grandes oportunidades para jovens com deficiência:
— Ele possibilita o protagonismo dentro do esporte e sempre traz uma autonomia para a pessoa. E hoje os demais podem ver as oportunidades.
Como apoiar a instituição
/// O Educandário São João Batista atende crianças e adolescentes de zero a 21 anos com deficiências múltiplas do Rio Grande do Sul. O espaço é destinado a famílias de baixa renda.
/// A instituição possui um setor com tratamentos especializados na área da saúde física e mental, além de ofertar aulas para a educação especial.
/// Ao longo dos anos, o local é mantido por doações de pessoas físicas e parceiras, com a participação de trabalho voluntário, eventos e campanhas. Para realizar doações e contribuições acesse o site: educandario.org.br/como-ajudar.
*Produção: Josyane Cardozo