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Órfãos da enchente

Feira pet termina com baixo número de adoções em Porto Alegre

Apenas quatro cães que participaram do evento neste domingo (25), no Barra Shopping Sul, conseguiram um lar. Ao todo, 15 animais salvos da enchente buscavam uma família

26/08/2024 - 12h37min


Júlia Ozorio
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Apenas quatro dos quinze cães que participaram da Feira de Adoção Pet, neste domingo (25), no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, conseguiram um lar. 

— Tivemos um movimento menor do que na última feira (realizada em 28 de julho). Várias pessoas vieram, mas foram poucos (cães) adotados — afirma Manoela Bose, voluntária da ONG Santuário Voz Animal, que organizou a feira.

Apesar do número de adoções, Fernanda Ellwanger, fundadora da entidade, avalia que o evento foi importante para trazer visibilidade para a demanda de pets que ficaram sem casa e sem tutores após a enchente de maio. 

Ela também pondera que é comum que adoções aconteçam dias depois das feiras, como resultado dos eventos.

— Nem todas as adoções são encerradas no dia. A gente costuma dizer que são plantadas sementes no dia da feira. Muitas pessoas se sensibilizam, gostam de um cachorrinho, alguns ficam de pensar, de responder depois o formulário de adoção. Nem todas as adoções frutos da feira se efetivam na feira. Esperamos que nos próximos dias saiam outras adoções que foram iniciadas hoje — comenta.

Cem dias órfãos

A ONG Santuário Voz Animal acolhe atualmente cerca de 60 animais que foram salvos da cheia. O número, no entanto, já chegou a quase 600, divididos entre lares temporários e abrigos físicos. 

Em todo o Rio Grande do Sul, são cerca de 3,5 mil bichinhos ainda sem casa em razão da enchente e que aguardam por um lar amoroso. Esses animais estão espalhados pelos municípios afetados pela cheia, em diferentes abrigos. O dado é do governo do Estado, que assinala que o índice foi ainda maior em maio, logo depois que aconteceu o evento climático, com cerca de 20 mil animais sem donos.

— O que mais nos motiva a achar logo um lar para esses quase 70 cães é que antes das enchentes eles tinham uma família e hoje estão há mais de cem dias sem ganhar o amor que tanto merecem  — comenta a voluntária Manoela. 

Assim como a ONG Santuário Voz Animal, outros abrigos já relataram para a reportagem da Zero Hora preocupação com o futuro desses animais, além de uma sobrecarga dos voluntários que realizam o trabalho de cuidado e busca ativa por adotantes diariamente

— Eles (animais) precisam de lares o quanto antes para que consigam ter uma vida digna e cheia de amor novamente — analisa Manoela. 


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