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Na enchente

Laudo aponta que unidade de saúde da Região das Ilhas sofreu danos estruturais irreversíveis e terá que ser demolida

Documento indicou deslocamento do solo e fissuras na parede e na laje; ainda não há previsão de quando a destruição deve ocorrer

28/08/2024 - 09h45min


Ian Tâmbara
Ian Tâmbara
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Afetado pela enchente de maio, o prédio da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Ilha dos Marinheiros, a maior da Região das Ilhas, terá que ser demolido. Um laudo técnico apontou danos irreversíveis na estrutura, que foi interditada nesta terça-feira (27).

O local já estava com acesso bloqueado desde o dia 16 de agosto, quando engenheiros da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fizeram uma avaliação técnica. O motivo foi a identificação de rachaduras nas paredes, que foram encontradas por soldados da Marinha do Brasil que fizeram a limpeza do local nas semanas anteriores. O laudo final apontou que o "grau de risco é crítico, com impacto irrecuperável, sendo indicada a demolição da unidade".

Conforme o relatório, houve deslocamento do solo e fissuras na parede e na laje. Foi como se a unidade tivesse “andado”. As rampas de acessibilidade situadas na lateral e nos fundos do espaço cederam após a água baixar. A subida do nível do rio provou a erosão hídrica do solo.

A estimativa da SMS é que 4,6 mil pessoas sejam atendidas atualmente na Ilha dos Marinheiros, sendo essa a maior unidade do bairro Arquipélago. Com isso, as unidades móveis que já faziam o trabalho temporário na região, agora terão o atendimento fixado e receberão estruturas de reforço.

Uma empresa terá que ser contratada para fazer a demolição do prédio. Ainda não há previsão de quando isso deve ocorrer.

De qualquer forma, a prefeitura não pretende reconstruir o prédio da mesma maneira e no mesmo local. Alternativas como palafitas ou unidades flutuantes são avaliadas, mas consideradas caras de serem executadas. Enquanto isso, o trabalho em unidade móvel seguirá.

— Os médicos e enfermeiros que trabalham aqui são ótimos, mas sentimos falta do nosso posto com a estrutura que tinha antes — afirma Alessandra Lacerda, 24 anos, moradora da Ilha dos Marinheiros.

A diretora de Atenção Primária da SMS, Vânia Frantz, garante que a cobertura dos atendimentos na estrutura móvel compreende 100% do que era feito anteriormente:

— Temos todo o trabalho sendo executado na carreta de saúde. Em relação ao prédio, só não temos áreas como sala de espera ou atividades coletivas.

Segundo a SMS, cerca de 100 atendimentos diários estão sendo realizados no local. A base móvel está aberta de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

As unidades básicas de saúde do Pavão e da Pintada ainda passam por avaliação de danos e não tem previsão de reforma e reabertura, mas não devem ser demolidas.


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