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Magali Moraes e o filme "É Assim Que Acaba"

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

23/08/2024 - 07h00min

Atualizada em: 23/08/2024 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Essa semana fui ver o filme que tem dado assunto nas redes sociais por conta da sua aguardada estreia, e também pelas fofocas sobre os bastidores da filmagem envolvendo os atores principais. É Assim Que Acaba é uma adaptação do livro com o mesmo nome, lançado em 2016 pela escritora americana Collen Hoover. Desavisados podem achar que é mais uma comédia romântica, só que não. O tema central é a violência doméstica, e o quanto ela se disfarça de casal perfeito.

Sem spoiler, tá? Eu não faria isso com você. Peguei esse livro na mão diversas vezes, mas nunca levava. Ao sair do cinema, a primeira coisa que fiz foi comprá-lo. O filme é necessário, faz pensar. O livro deve ser ainda melhor (sempre é). O que me pegou de jeito foi essa narrativa que confunde amor e abuso. Eu agradeço por nunca ter vivido uma situação dessas na minha família ou com amigas. Mas será que os sinais seriam claros? Como eu reagiria?

Coragem

A história não saiu da imaginação da autora. Foi baseada na violência doméstica que a sua mãe sofreu ao longo da vida. Quebrar o ciclo requer coragem, e nem todas as mulheres conseguem sozinhas. Sabe a maquiagem que esconde o olho roxo? Pois é. Como se não bastasse a violência física e a sexual, ainda tem a psicológica. A importância desse livro ter virado filme é ajudar uma quantidade maior de mulheres a se enxergarem ali. Empurrões, acessos de fúria, pedidos de desculpa, o círculo vicioso.  

Voltei pra casa pensando em outros tipos de relacionamento abusivo, como os que acontecem nos ambientes de trabalho. Especialmente os abusos de poder, cobranças, pressões, desigualdades e grosserias que acabam virando parte do dia a dia. A gente se acostuma, acha tudo normal. Em nome da produtividade (e do salário), vamos engolindo sapos e adoecendo. Também é preciso quebrar o ciclo e buscar relações mais saudáveis. Viva o amor-próprio, e a força que ele tem.

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