Em tempo real
Prefeitura de Porto Alegre prevê instalar totens e réguas para monitoramento de riscos climáticos até dezembro; veja os locais
Equipamentos realizarão medições de precipitação por sensor óptico, velocidade e direção do vento, temperatura, umidade, pressão, qualidade do ar e radiação solar. As câmeras terão visão 360° e alto-falantes
O Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, da prefeitura de Porto Alegre, oficializou, nesta quarta-feira (28), a contratação de uma empresa que fará o monitoramento em tempo real de tempestades, inundações e deslizamentos de terra.
O sistema será formado por 10 sensores digitais e 10 réguas com câmeras para medição do nível de água de arroios e do Rio Jacuí em pontos definidos por um mapeamento feito pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e Defesa Civil. A previsão é de que a instalação dos equipamentos aconteça até dezembro, quando poderá ser iniciado o monitoramento.
Os totens com sensores estarão na Ilha dos Marinheiros e Pintada, nos arroios Passo das Pedras, Sarandi, Moinho, Guarujá, além dos bairros Humaitá, Lomba do Pinheiro e Lami. Quatro deles têm sensor fluviométrico: Lami, Guarujá, Ilha da Pintada e barragem Lomba do Sabão (Lomba do Pinheiro).
Os equipamentos realizarão medições de precipitação por sensor óptico (para chuvas), de velocidade e direção do vento, temperatura, umidade, pressão, qualidade do ar e radiação solar. As câmeras terão visão 360° e alto-falantes de grande potência para emitir avisos por sirene e mensagens de áudio para a população. Também terá sistema para identificar deslizamentos de terra por meio de um detector digital de vibrações e impactos.
— Nestes 10 pontos, onde serão instalados os sensores, há um canal de comunicação direto com a Defesa Civil, se ele abre o microfone lá na sala, faz uma comunicação direta e por isso os pontos estratégicos da cidade — explica o secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e coordenador do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, Germano Bremm.
Já as réguas de medição ficarão nos Arroios Feijó, das Pedras, Santo Agostinho (que ficam na Zona Norte), do Salso (na Zona Sul), Dilúvio e Moinho (na região do Partenon), e no Rio Jacuí na ilha Grande dos Marinheiros (veja o gráfico abaixo).
Futuramente, o plano é criar um sistema que possa oferecer informações para a população consultar os dados pela internet, mas não há data exata para isso.
— Vamos criar um site. Estamos vendo como funciona em Blumenau, que foi feito por essa empresa que está sendo contratada em Porto Alegre — adianta o diretor-geral da Defesa Civil, coronel Evaldo Rodrigues Júnior.
Com contrato de 12 meses, a empresa Helper Tecnologia de Segurança S.A será a responsável pelos totens eletrônicos com estações meteorológicas.
O valor do contrato com a empresa é de R$ 2,4 milhões. Os recursos serão de uma contrapartida com uma construtora, para implantação de um empreendimento na Rua Marquês do Herval, 52.
Confira a localização
Plano de prevenção para desastres
Foi contratada também uma consultoria técnica para a elaboração de um Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos com a definição de rotas de fuga, centros de abrigo e de doações e logística de transporte para eventos climáticos extremos. A medida terá duração de oito meses e será feita com o ICLEI, uma associação mundial de governos locais pela sustentabilidade.
Alinhado à Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, a medida pretende identificar riscos climáticos e cenários de curto, médio e longo prazos. O contrato tem valor de R$ 350,7 mil com recursos do Fundo Pró Defesa do Meio Ambiente (Funproamb).
Como o plano ainda está sendo elaborada e se aproxima a chegada de setembro, mês característico pela chuva volumosa no Estado, a Defesa Civil diz que está se preparando.
— A Defesa Civil no ano passado contratou 30 novos servidores, nós adquirimos equipamentos. A população tem uma outra percepção de risco em função de tudo o que se passou de setembro para cá. Temos mais credibilidade nos alertas — afirma o coronel Evaldo Rodrigues Júnior, adiantando que a previsão não aponta índices de chuva tão intensos como em 2023, devendo ficar dentro da média.