Incêndios
VÍDEO: imagens de satélite mostram percurso de fumaça de queimadas para o sul do Brasil
Situação é decorrente de uma mudança nos padrões de circulação dos ventos atmosféricos
Os gaúchos têm observado o céu um pouco mais acinzentado no mês de agosto. O evento é provocado pela presença de uma densa nuvem de fumaça originada por incêndios florestais na Amazônia, no Pantanal e em países vizinhos, como o Paraguai, a Argentina e a Bolívia.
A situação é decorrente de uma mudança nos padrões de circulação do ventos atmosféricos em 1.500 metros de altitude. Quando está na direção norte para o sul, as partículas de fumaça são transportadas das áreas afetadas pelos incêndios em direção a região sul do país. Em vez de soprar em direções que dissipariam a fumaça, os ventos se dirigem para o sul, impactando diretamente o RS.
Além de deixar o céu cinza, o fenômeno tem impacto direto na qualidade do ar, devido à alta concentração de monóxido de carbono, gás poluente liberado pelos incêndios. Na metade do mês, o evento deixou o céu de Porto Alegre com aspecto cinzento, mesmo em dias de céu aberto.
Segundo a Climatempo, a corrente de vento deve trazer a fumaça de volta ao RS nos próximos dias, com maior presença no Sul e na Fronteira Oeste. Entre sábado (31) e domingo (1º), a entrada de uma frente fria no território gaúcho deve ajudar a dispersar as partículas na atmosfera.
Evento não é inédito
Em anos anteriores, situações semelhantes foram registrados em decorrência de queimadas em outras regiões. Em 2020, o Rio Grande do Sul foi um dos lugares mais afetados pela fumaça das queimadas no Pantanal.
Em 2022, áreas do noroeste e norte do Estado enfrentaram uma situação parecida, mas com fumaça proveniente dos incêndios causados pelo desmatamento na Amazônia.
O fenômeno foi potencializado pelo número de focos de incêndio. Na Amazônia Legal, foram registrados, só em agosto, mais de 22 mil focos. Em comparação com o ano passado, por exemplo, o número era de 12 mil.