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Visível na captação

Cor da água da chuva no RS pode ser alterada pela fumaça de queimadas, diz especialista

Situação também afeta qualidade do ar, saúde e paisagens no RS

05/09/2024 - 10h50min


Cristiano Dalcin
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
O céu tem mostrado uma tonalidade mais opaca.

Nos últimos dias, a qualidade do ar no Rio Grande do Sul tem sido severamente impactada pela fumaça proveniente de queimadas em outras regiões do país. Segundo especialista, a cor da água da chuva no Estado poderá apresentar diferença.

Este será mais um efeito da fumaça já que, desde o último mês, o céu tem mostrado uma tonalidade mais opaca. O horizonte avermelhado ao pôr do sol, por exemplo, é um claro indício da presença de queimadas.

De acordo com o climatologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Francisco Aquino o cenário é resultado de uma combinação de fatores climáticos adversos, como: redução da umidade do ar, as ondas de calor e o bloqueio atmosférico.

Aquino alerta que este material na atmosfera do RS pode ser visível na água da chuva com coloração alterada.

Em especial, quem capta a água da chuva vai identificar a água com a coloração diferente com o material depositado junto — diz o climatologista.

A previsão indica que o calor acima da média e a estiagem prolongada, especialmente nas regiões centro-oeste e norte do Brasil, podem manter o corredor de fumaça ativo por mais alguns meses. Isso não só afeta a qualidade do ar, mas também representa riscos à saúde.

A pneumologista Caroline Freiesleben ressalta que a presença intensificada de poluentes no ar pode causar inflamações nas vias aéreas:

O ideal é que as pessoas tomem muita água, se mantenham bem hidratadas e hidratem as mucosas. A máscara é aconselhada para aquelas pessoas que têm uma exposição maior e que já sabem que tem uma doença pulmonar mais grave — explica Caroline.

Período crítico para o RS

Jonathan Heckler / Agencia RBS
Qualidade do ar no RS tem sido impactada pela fumaça.

O Rio Grande do Sul enfrenta problemas semelhantes desde o início da década. Foram anos consecutivos de estiagem levando a queimadas e incêndios florestais.

O major Silvano Oliveira Rodrigues, presidente da Câmara Técnica de Combate a Incêndios Florestais, reforça que o Estado entra em um período crítico durante o verão, tendo a combinação de 30 dias sem chuva, umidade abaixo de 30% e temperatura acima de 30°C. Estas condições aumentam a probabilidade de incêndios florestais.


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