Coluna da Maga
Magali Moraes e as turmas antigas
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
De alguma turma das antigas você faz parte. Se não faz, bora descobrir por onde anda o pessoal. Hoje em dia é tudo tão imediato, tudo perde o interesse tão rápido, que ter uma turma assim é relíquia. Sinal de que você tem um passado cheio de histórias boas pra contar. Mas não adianta contar pra quem não viveu junto aquilo. As piadas internas só essa turma entende e acha graça. As festas, as músicas, as coreografias duvidosas. Os apelidos. Os causos. Os momentos bons e os ruins.
Sorte que a gente lembra muito mais da parte boa. Ou a distância dos acontecimentos faz um filtro que transforma tudo em nostalgia. A época de colégio é a campeã em criar amizades com potencial de atravessar décadas. O milagre acontece: se perdemos contato por um período, a vida dá um jeito de nos reaproximar (que seja pra sempre). Ambientes profissionais também criam turmas improváveis que depois não se soltam mais. Passar trabalho no trabalho seria a fórmula secreta dessa união?
Curso
Turmas antigas são marcadas por um contexto. Pode ser o prédio ou cidade onde se morou, a academia frequentada, algum esporte e seus campeonatos, o curso que ninguém mais lembra o conteúdo (só as risadas), uma excursão com perrengues, um verão na praia (taí outro bom cenário pra se formar turmas longevas). E tudo isso é ponto de partida. Sem dedicação, insistência, presença e afeto nenhuma amizade dura. E depois não se pode dizer com orgulho “Essa minha turma é das antigas!”
Nos últimos dias, reencontrei turmas de mundos diferentes. O motivo foi o mesmo: aniversário(s). O tempo passa, hein? Cada grupo deu um quentinho no coração. Teve parabéns a você(s) e outras cantorias, comes e bebes, saudades e conversas colocadas em dia. Criamos novas lembranças pra abastecer o nosso estoque de convívio. Porque nem só dos antigamentes se mantém uma turma das antigas. O passado será sempre importante, mas é do presente que se vive.