Coluna da Maga
Magali Moraes: estraga, conserta, repete
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Será que um dia termina a manutenção de uma casa? Tem sempre alguma coisa pra consertar ou renovar. E quando arruma aqui, aparece ali outra necessidade. Parece que dá ciumeira da porta que não fecha direito com o rodapé que descolou no canto. A bolha na parede se acha mais importante que o rejunte do banheiro (coitado, esse sofre). Estava tudo calmo e, de repente, já tem algo pra arrumar. A descarga do vaso sanitário. O puxador do armário. A janela do quarto. Ai, outro copo quebrado.
Quanto mais histórias de vida uma moradia acumula, mais a manutenção se torna um ser vivo e carente de atenção. O que se faz? Listas, bilhetes, lembretes. No bloco de notas do celular e no caderninho de papel. De todos os problemas que surgem com o tempo (e até nos lares novos), os ligados à água assustam mais. E ganham prioridade na fila. Uma infiltração brinca de gato e rato com a gente. A fissura na parede é outra que vai e volta. Gostou da nossa casa, só pode.
Doidos
Queda de luz frequente? Os eletros vão chiar. Tira tudo da tomada. Eita! Agora a tomada é que se foi. Estraga, conserta, repete. Caprichosos ficam doidos, não conseguem conviver com pendências a resolver. Nem sempre a conta fecha, o jeito é esperar o dinheiro entrar. Enquanto isso, o que não sai da nossa cabeça? Muitas ideias pra decorar. A tal da novidade. Uma almofada inocente. Um abajur lindo. Uma plantinha pra alegrar. A panela moderna. Um jogo de toalhas felpudas.
Opa. Tudo que é supérfluo pode esperar (bota na lista). Melhor resolver os imprevistos. A fechadura da porta. O vazamento de gás. A lâmpada que queimou, e não se acha igual. A tinta pra retocar. Cadê a caixa de ferramentas? Justo o alicate sumiu? Vixi, o sol rasgou o forro da cortina. E agora? Arruma depois, primeiro tem o tapete pra mandar lavar. Não esquece do edredom. Falando em lavar, estão sempre lançando um produtinho novo de limpeza. Como não comprar pra testar?