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Incomum na região

Puma é resgatado em Uruguaiana após ficar preso em armadilha para capivaras; veja vídeo

Felino foi resgatado pelo 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar no município da Fronteira Oeste. A fêmea foi solta na natureza após verificação das condições de saúde

18/09/2024 - 12h27min


Zero Hora
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2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar / Divulgação
Animal foi encontrado no bairro Mascarenhas de Moraes, presa em uma armadilha para capivaras.

Um puma (puma concolor), foi encontrado em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, nesta terça-feira (17). Trata-se de uma fêmea, que foi avistada por pescadores nas proximidades do Rio Uruguai, no bairro Mascarenhas de Moraes, presa em uma armadilha para capivaras.

Segundo a Brigada Militar, o felino foi capturado ainda durante a madrugada. A armadilha utilizada é proibida para caça. Com cerca de 60 quilos, o puma foi resgatado pelo 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar e encaminhado ao setor de medicina veterinária da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), localizado no mesmo município, para avaliação. 

Após a verificação, constatou-se que o animal estava saudável e sem ferimentos. A soltura foi realizada ainda na tarde desta terça-feira, em uma área de mata no interior de Uruguaiana, seu habitat natural.

Presença nos pampas

Também conhecido como onça-parda, suçuarana ou leão-baio, a espécie é nativa da América, sendo o segundo maior felino dessa região. Embora sejam comuns na metade norte do Rio Grande do Sul, especialmente nos Campos de Cima da Serra e no Noroeste, a presença do felino na Fronteira Oeste é incomum. 

Segundo o doutor em biologia Carlos Benhur Kasper, da Unipampa, esses animais eventualmente aparecem na região, mas são raros.

— Por serem animais que se deslocam muito, podem ter migrado de outro local — complementa.

O pesquisador também aponta que o Rio Uruguai pode ter facilitado a dispersão do puma, servindo como um corredor de mata que oferece abrigo e alimento

— O animal pode ter vindo do Uruguai, onde há registros, ou até da Argentina. São extremamente discretos e evitam contato com humanos. É um registro raro para o Pampa — afirma.

Nativa da fauna gaúcha, a espécie tinha presença relativamente comum no RS até cerca de cem anos atrás. A presença, no entanto, diminuiu drasticamente nas últimas décadas.

— Essa queda ocorreu devido a caça, perseguição por cães e conversão de habitats. Então, o reaparecimento de indivíduos dessa espécie é um bom sinal para a recuperação da nossa fauna — conclui o especialista.

*Produção: Murilo Rodrigues


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