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Educação para a tecnologia

RS ganha primeiro polo de robótica para estudantes

Lançamento ocorreu neste sábado (28), no campus de Porto Alegre do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)

30/09/2024 - 14h17min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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O saguão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) foi palco, neste sábado (28), de dois momentos importantes para o ensino de robótica no Estado. Durante a manhã, ocorreu a inauguração do Polo Olímpico de Robótica Educacional, o primeiro do tipo em solo gaúcho.

Em paralelo, alunos participaram da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).

— A robótica é uma área que prepara o estudante e impulsiona a formação de futuros cientistas, além de ser importante para o desenvolvimento do raciocínio lógico — resumiu Julio Xandro Heck, reitor da IFRS.

A realização dos eventos no espaço também dialoga com o momento de recuperação do campus do instituto, localizado na esquina da Avenida Voluntários da Pátria com a Rua Coronel Vicente, no centro de Porto Alegre.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Sofia Marin e o robô Leozinha.

A água da enchente de maio chegou a 1m50cm de altura e deixou um prejuízo na casa dos R$ 400 mil apenas no PoaLab, um espaço criado em 2015 para realizar projetos de fabricação digital.

Perdemos praticamente tudo. Estamos reconstruindo do zero, reinstalando todos os equipamentos — contou André Peres, professor do instituto e coordenador do laboratório.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Laboratório foi perdido na enchente de maio.

O Polo Olímpico de Robótica Educacional une os campi de Porto Alegre do Centro e da Restinga do IFRS e o campus de Gravataí do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul).

— O polo serve a todos: quem está querendo começar na robótica e a pessoa que é avançada no assunto e já participa de competições. Qualquer escola pública, privada ou equipe sem vínculos com instituições de ensino pode participar. A ideia é que seja um ponto de referência no Estado para aprimorar o desempenho das equipes em competições — acrescenta Peres.

Outro objetivo é ofertar cursos de extensão e disponibilizar conteúdos abertos e massivos sem tutoria (moocs). O projeto já conta com a participação de professores e estudantes do Ensino Médio, Técnico e de graduação de ambas as instituições, além de estudantes do mestrado em Informática na Educação do IFRS, que atuam como voluntários. 

O recurso do edital também permitirá a aquisição de equipamentos e materiais para as atividades. Por fim, ainda neste ano, o polo oferecerá um curso de capacitação para juízes da OBR.

Como foi a etapa da olimpíada

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
IFRS sediu etapa da Olimpíada Brasileira de Robótica.

Durante a manhã e à tarde, estudantes de seis a 19 anos de escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental, Médio ou Técnico participaram da etapa gaúcha da Olimpíada Brasileira de Robótica. Eles se dividiram em 124 equipes que competiram em três níveis diferentes relativos à etapa do ensino. Os grupos concorreram em três categorias: robótica de resgate, robótica artística e robótica virtual. Os vencedores representarão o Estado na etapa nacional, marcada para novembro em Goiânia (GO).

Vinicius Coimbra / Agência RBS
Francisco Bones Noble e o robô Esgualepado.

Francisco Bones Noble, 17 anos, preparava-se para a competição quando conversou com a reportagem. Segundo ele, o robô “Esgualepado” teria de realizar um percurso no qual simularia o resgate de vítimas em uma zona de desastre. A ideia era que a máquina conseguisse retirar pessoas onde não seria possível um ser humano chegar.

— O robô tem que ser autônomo, o que é a parte mais difícil. Temos de lidar com uma quantidade enorme de problemas para que funcione. Além de conhecimentos em programação e engenharia, precisamos nos organizar com o tempo e trabalhar em grupo. É algo complexo, mas que dá orgulho quando funciona 100% — disse o adolescente, aluno do Ensino Médio do colégio Sinodal, de São Leopoldo.

Sofia Marin, 11 anos, aluna do colégio Leonardo da Vinci Gama, de Canoas, foi ao instituto para participar da apresentação artística. Durante as aulas semanais, ela e os colegas construíram um robô chamado "Leozinha" – referência ao nome da escola –, que recebeu um roupa e um "rosto" para o evento.

Criamos uma dança e o robô tinha que dançar junto. Às vezes ele nos imitava, às vezes a gente imitava o robô. Deu quase tudo certo: teve uma hora em que ele saiu da área e tivemos que colocar para dentro — contou a aluna do sexto ano.

Colega de colégio, Guilherme Peres, 12 anos, segurava o “Leogostino”, uma mistura de Leonardo (nome da escola) e lagosta – o dispositivo é parecido com o animal, segundo o grupo. A máquina também tinha de simular o salvamento de vítimas em uma catástrofe.

— Gostei muito de construir e programar os robôs. É como um hobby. Se eu seguir nesse caminho, gostaria de ser programador — contou o adolescente, que carregava a medalha da melhor escola privada na competição.

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