Alagamentos na Capital
"Sistema de drenagem da cidade é insuficiente" para altos volumes de chuva, reconhece Dmae
Mesmo com todas as casas de bombas em funcionamento, diversos pontos de acúmulo de água são registrados nesta quinta-feira em diferentes bairros e regiões de Porto Alegre, mas departamento descarta possibilidade de enchente
Porto Alegre registra uma série de alagamentos nesta quinta-feira (26), especialmente em regiões dos bairros Humaitá, Vila Farrapos, Navegantes, São Geraldo e Sarandi. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) descarta a possibilidade de uma nova enchente, mesmo com a intensa chuva registrada nas últimas horas.
— Não tem nenhuma possibilidade de acontecer agora (nova enchente). O Guaíba está abaixo e o volume das cabeceiras não é capaz de fazer transbordar nem o Rio Gravataí — assegura o diretor-adjunto do Dmae, Darcy Nunes.
Todas as casas de bombas estão em funcionamento para a retirada do acúmulo de água das vias. Porém, o sistema de drenagem apresenta limitações, o que é reconhecido pelo próprio Dmae.
— O sistema de drenagem da cidade é insuficiente para chuvas maiores como essa de ontem (quarta-feira) para hoje (quinta), que ainda vai seguir nas próximas 24 horas. Mesmo com as casas de bombas funcionando, elas não conseguem ter capacidade suficiente para tirar a água da cidade e jogar no Guaíba ou no Rio Gravataí — explica Nunes, que está com as equipes nas ruas conferindo o cenário.
Na avaliação do Dmae, o problema dos alagamentos registrados não passa por entupimentos, obstrução dos bueiros, redes quebradas ou necessidade de jateamento em algum ponto.
— É decorrente da insuficiência do sistema como um todo. E para (resolver) isso, (a cidade) precisa de obras vultosas e com recursos bastante altos. A gente fala que a macrodrenagem da cidade custa R$ 5 bilhões para ela funcionar dentro dos parâmetros. Esta é a realidade — detalha Nunes.
O Dmae afirma que os problemas se concentram na região do Quarto Distrito e nas partes mais baixas, que dependem do trabalho das casas de bombas. Nesses locais, haverá mais acúmulo de água.
Em relação ao assoreamento de algumas bocas de lobo, o diretor-adjunto relata que foram feitas varreduras depois da enchente, inclusive com algumas redes tendo sido desentupidas em mais de uma oportunidade.
O Dmae ainda menciona que tem encontrado lixo doméstico descartado de forma irregular em canais da zona norte da Capital.
— Não é transferir a culpa para a população, longe disso. Mas temos encontrado muito lixo doméstico boiando nas ruas, que acaba entrando nas canalizações. Não é o lixo que a pessoa tirou de dentro da sua casa durante a enchente. Isso prejudica a operação e atrapalha todo mundo — conclui.