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Homenagem nas redes sociais

Um mês após assassinato da filha em Novo Hamburgo, pai se manifesta: "Aguardando nosso reencontro"

Anna Pilar, sete anos, foi encontrada morta com nove ferimentos causados por faca. A mãe é apontada como principal suspeita e está presa

10/09/2024 - 10h04min


Júlia Ozorio
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Jean Costa
Jean Costa
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Reprodução / g1 RS
Anna Pilar foi morta em 9 de agosto.

"Ainda não compreendo tua partida tão prematura". Este é um trecho da primeira manifestação pública do argentino Andrès Cabrera, 42 anos, após o assassinato da filha, Pilar Cabrera, sete anos. O crime aconteceu em 9 de agosto, dois dias antes do Dia dos Pais, no edifício em que a criança vivia, na região central de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos

Segundo relatos de vizinhos, Andrès teria chegado ao local em que ocorreu o homicídio durante o atendimento da ocorrência e entrado em choque. Desde então, vinha evitando  entrevistas ou manifestações públicas. Zero Hora chegou a contatar o homem em 12 de agosto e nesta segunda-feira (9), mas não recebeu retorno.

A manifestação veio nas redes sociais, em homenagem na qual ele não comenta sobre o crime, mas destaca o sentimento de saudade.  

"Hoje faz um mês deste enorme vazio na minha vida. É tão difícil sem você, nunca vou te esquecer. Seja feliz no seu novo lar, rezo para que esteja sempre bem acompanhada", diz outro trecho do texto publicado.

"Papai lembra de você todos os dias e, de momento, se sente triste de doer o peito e também afortunado por você ter existido (...) Papai vai te achar e te dar uma surpresa. É só uma questão de tempo. Vamos aprender a esperar juntos com paciência e muito amor, aguardando nosso reencontro", acrescenta o homem.

A principal suspeita de ter cometido o assassinato é Kauana do Nascimento, 31 anos, mãe da menina. No último dia 4, ela virou ré por homicídio qualificado após a Justiça aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público contra ela. 

Uma das quatro qualificadoras do crime, segundo a acusação, é motivo torpe. Kauana teria agido em retaliação ao pai da criança, pois acreditava que ele estaria em um novo relacionamento amoroso, negligenciando os cuidados com a família.

Se condenada, a acusada pode ter a pena ampliada por outras razões: era mãe da vítima e vivia na mesma residência em que a criança.

Veja a manifestação na íntegra:

"Sem dúvidas as linhas mais difíceis da minha vida meu amor, tal vez por ter a certeza que em este plano você não vai ler, mais sim sentir junto comigo aqui no meu coração, assim como em esse vídeo, onde seja que você esteja, papai vai te achar e te dar uma surpresa, és só uma questão de tempo, vamos a aprender a esperar juntos com paciência e muito amor, aguardando nosso reencontro, dame força meu bebê, para continuar meu passagem por aqui da melhor maneira, honrado tua vida, papai lembra de você todos os dias e de momento se sente triste de doer o peito e também afortunado por você ter existido e ter tantas lembranças nossas, por ter me escolhido para ser seu pai e ser correspondido a teu amor tão puro, sanador e verdadeiro, que fazer com tanta saudade? Você foi perfeita, melhor que qualquer sonho meu, tocou o coração de muitas pessoas, com seu sorriso, com seu carinho com seu jeito tão especial de ser, teu amor me deu sempre força e por mais incrível que pareça ainda continua me fortalecendo para continuar, ainda não compreendo tua partida tão prematura, tínhamos tanto para aprender juntos, rir, chorar, brincar. Hoje faz um mês de este enorme vazio na minha vida, es tão difícil sem você, nunca vou te esquecer. Seja feliz no seu novo lar, rezo para que esteja sempre bem acompanhada.Te amo tanto, beijos ao céu."

O crime 

Duda Fortes / Agencia RBS
Mãe e filha moravam no terceiro andar do edifício em que o crime aconteceu.

Anna Pilar foi morta dentro do condomínio onde morava com a mãe, na área central de Novo Hamburgo. A mulher foi encontrada gritando, abraçada ao corpo da filha, que já estava desfalecida, no corredor do prédio. Ela teria dito que a menina havia caído da escada. Os vizinhos chamaram o socorro, após encontrarem a mãe abraçada à filha, ambas ensanguentadas. O Serviço Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas a menina já estava morta.

Conforme a denúncia do MPRS, a causa da morte foi “choque hemorrágico por hemorragia torácica maciça consecutiva a múltiplos ferimentos de arma branca”.

Kauana foi presa em flagrante pela polícia. Segundo a Brigada Militar, a mulher também tinha um ferimento de faca junto ao peito, mas sem gravidade, e estava bastante alterada.

A acusada teve de ser levada para atendimento médico devido seus ferimentos. Atualmente, ela está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Contraponto

A Defensoria Pública do Estado, que representa a ré, informa que se manifestará apenas nos autos do processo, uma vez que o caso tramita em segredo de Justiça.

Anna Pilar foi morta no mesmo dia em que o corpo de outra criança foi localizado, este em Guaíba. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, foi encontrada morta dentro de un contênifer de lixo. A mãe da criança, Carla Carolina Abreu de Souza, foi indiciada por maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. O pai, Matheus Lacerda Ferreira, por abandono material e violência psicológica.



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