Retomada
Empresários da rodoviária de Porto Alegre projetam reabertura de últimas lojas atingidas pela enchente na semana que vem
Proprietários de cinco lancherias correm contra o tempo para as reabrir antes do próximo feriado. Por outro lado, quatro lojas não voltarão a funcionar
As últimas cinco lojas da rodoviária de Porto Alegre ainda sob reformas após a enchente devem reabrir na próxima semana. A estimativa é dos empresários que comandam os espaços. É uma corrida contra o tempo. Mesmo com o feriado de 12 de outubro caindo em um sábado, os empreendedores contam com o aumento na circulação de público no terminal gaúcho para a recuperação de prejuízos.
São cinco lancherias em reforma, localizadas no corredor principal da rodoviária, no trajeto que leva ao embarque intermunicipal. Outras quatro lojas — sendo uma lotérica e três lancherias — fecharam em definitivo.
Dono de duas lancherias na rodoviária, o empresário Cássio Jesus El-Kik calcula um investimento de R$ 650 mil para recuperar os dois espaços. Um deles ainda segue em obras. O trauma de maio o fez procurar por um seguro contra enchente, que numa eventualidade irá cobrir apenas uma parte dos prejuízos.
— Os seguros sobre alagamento têm prêmio de, só, até R$ 50 mil. E tu tem que pagar para a seguradora R$ 5 mil, quem nem franquia de carro. Então eu tenho segurado, na verdade, apenas R$ 45 mil — explica El-Kik, que também preside a Associação de Lojistas da Rodoviária de Porto Alegre.
Há casos em que empresários aproveitaram a circunstância adversa para promover reformas mais complexas. Foi o que fez Jeferson Meneghetti, que uniu duas lojas em um único espaço ainda em obras.
— Estamos com uma expectativa boa. Está chegando a safra da rodoviária, que é o verão, e nele sempre o movimento é bem maior. Esperamos que continue, para gente tirar o prejuízo o mais rápido possível — avalia Meneghetti.
Outras obras dependem de recursos públicos
Além dos estabelecimentos comerciais, a rodoviária também depende de obras em outros espaços, que neste caso dependem de recursos públicos. O salão de venda de passagens interestaduais e internacionais continua fechado. Enquanto isso, a comercialização é improvisada em salas do segundo andar. Um banheiro segue fechado. O piso do salão de vendas de bilhetes intermunicipais precisa ser substituído.
Em setembro, o Daer havia divulgado que, até o final do mês passado, iria definir a empresa a ser contratada emergencialmente para realizar parte da recuperação do terminal. O valor orçado somaria R$ 3 milhões.
Procurado, o governo respondeu por meio da Secretaria Estadual de Logística e Transportes. Segundo a pasta, o "financiamento já foi aprovado pelo comitê gestor do Funrigs (Fundo do Plano Rio Grande). Para a contratação da empresa que fará a obra, é necessária a liberação dos recursos, via resolução do comitê gestor do fundo, conforme o artigo 11 da resolução 02/2024. Essa liberação deverá acontecer nos próximos dias. Havendo a liberação, a comissão especial do Daer se reunirá para a seleção da empresa".