Coluna da Maga
Magali Moraes: dois tipos de cansaço
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Sinceramente? Devem existir mais tipos, só que eu tô cansada demais pra investigar. Então vou me deter nos principais: o cansaço bom e o ruim. Os divisores de águas. Os clássicos e facilmente reconhecíveis. Até porque quando se está exausta, esgualepada, se arrastando pelos cantos, mortinha da silva, a cabeça nem pensa direito. Melhor não complicar e salvar energia. Algumas pessoas já nascem cansadas, o que não vem ao caso. Mas isso é triste, viu. Nem banho morno resolve.
Voltando aos tipos de cansaço, deixa eu começar pelo bom. Sabe aquela sensação prazerosa do dever cumprido, de que passou algo que te deixava tensa, e deu tudo certo? Dedicar tempo e atenção a quem é muito importante na sua vida, e precisava de ajuda. Dá um cansaço nobre. Você nem achou que cansaria tanto (nunca menospreze o emocional), só que depois bate uma moleza, os ombros soltam, as pernas relaxam, o único pensamento possível é se jogar na cama e relaxar.
Alma
O cansaço bom também vem das viagens tão aguardadas, dos dias bem aproveitados ao ar livre, da preparação de um jantar especial ou festa, de uma faxina que limpa a casa e organiza a alma, de uma prova feita depois de muito estudo, de um projeto finalizado, de uma caminhada revigorante, de um pós treino intenso. Se ainda tem muito chão pela frente, te joga no cafezinho pra levantar as forças. Ouvir música também anima, bora lá. Esse cansaço vale a pena sentir, foi por uma causa justa.
O cansaço ruim eu deixei de propósito pro fim. Nem queria falar dele pra não me contaminar. É o cansaço que te suga a energia, que te deixa esgotada, liquidada, estafada, acabada, fatigada (e todos os sinônimos que cansam só de ler). Exemplo típico? Antes de sair de férias, arrastando as correntes. Relacionamentos ruins, problemas financeiros e brigas familiares também geram um cansaço ruim. Sorte que existe o cansaço bom pra equilibrar tudo. Ó, já tô me sentindo novinha.