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Palco de manifestações

Aprovada por lei, "Esquina da Liberdade" passa a ser identificada por placa no Parcão

Instalação do objeto é resultado de um projeto de autoria de Ricardo Gomes e de Felipe Camozzato, que na época eram vereadores

06/11/2024 - 10h05min


André Malinoski
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Uma placa em azul com letras em branco onde se lê Esquina da Liberdade pode ser vista no cruzamento da Rua Mostardeiro com a Avenida Goethe, junto ao Parque Moinhos de Vento (Parcão), em Porto Alegre. Desde a sua instalação, em 29 de outubro, desperta a atenção de quem passa pelo local.

O projeto da placa teve autoria do atual vice-prefeito Ricardo Gomes (na época vereador do PP) e do deputado estadual Felipe Camozzato (na época vereador do Novo). A Lei nº 12.675 foi sancionada pelo então prefeito Nelson Marchezan Júnior, em 22 de janeiro de 2020. Porém, a instalação foi realizada pela prefeitura da Capital apenas na semana passada. 

— Essa placa é para marcar um momento da história do Brasil. E parte dela aconteceu em Porto Alegre. As manifestações do impeachment (da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016) foram as maiores de rua da história do país. Chegaram a ter mais de 100 mil pessoas naquelas esquinas da Avenida Goethe — recorda Ricardo Gomes, dizendo que aguardou o final da eleição municipal para solicitar a instalação.

A placa foi instalada em um conhecido ponto de concentração de pessoas identificadas com a direita, que costumam se reunir com bandeiras e camisetas do Brasil em manifestações nas imediações do Parcão. 

Polêmica sobre ruas, logradouros e homenagens não chegam a ser uma novidade na Capital. Há alguns anos, a Avenida Castelo Branco teve o nome alterado para Avenida da Legalidade e da Democracia. Em 2018, a decisão foi anulada e a via voltou a ser chamada pelo nome original. Entretanto, Gomes acredita que essa questão não deverá se repetir com a placa:  

— Os fatos não são da esquerda, da direita, dos conservadores, dos socialistas ou dos liberais. As manifestações aconteceram ali. É uma marca histórica. Ninguém será contra recordar que elas aconteceram. Como alguém pode ser contra o registro histórico de algo que aconteceu? É alguém que quer apagar a história? Não acredito que a esquerda faria isso — observa, ressaltando que a placa não visa provocar a esquerda na cidade. 

O deputado estadual Felipe Camozzato, que concorreu ao cargo de prefeito no pleito deste ano, explica o que motivou a colocação da placa naquele ponto:

— A ideia era prestigiar e marcar o local onde foi a maior manifestação popular da história da Capital. Lá foi ponto de encontro de várias manifestações sempre com a temática da liberdade. Foi palco pelas manifestações de impeachment da Dilma Rousseff — diz. 

Vereador do PSOL critica instalação

O vereador Roberto Robaina (PSOL) critica a instalação da placa. O político também não crê que a situação deverá se tornar uma polêmica e repetir as discussões da Avenida Castelo Branco. Para ele, a esquerda não deve se preocupar com "factoides da extrema direita".

— A placa é uma demonstração de que tem político que faz a sociedade perder tempo. Mas que sobretudo defendem interesses de líderes políticos e empresariais que já deveriam ter sido processados, julgados e punidos. Porque foram os que tentaram organizar um golpe de Estado para liquidar as liberdades democráticas em 8 de janeiro — afirma Robaina, lembrando que os financiadores dos atos antidemocráticos ainda não foram presos.  


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