Eu Sou do Samba
Corte do Carnaval 2025 de Porto Alegre será escolhida neste domingo
Colunista Alexandre Rodrigues escreve sobre Carnaval e samba todas as quintas-feiras


Um novo reinado começa no próximo domingo (1º), quando Porto Alegre conhecerá os integrantes da Corte do Carnaval 2025. Nesta edição, a escolha do Rei Momo, Rainha, Primeira Princesa e Segunda Princesa volta a ocupar um espaço na área central da cidade: a Casa do Gaúcho. Eu Sou do Samba revela algumas surpresas do evento.
A ideia, conforme adiantou para a coluna o produtor-geral Israel Avila, é deixar a final do concurso ainda mais dinâmica. O show de abertura homenageará o Dia Nacional do Samba (comemorado na próxima segunda-feira). Entre um desfile e outro, o público poderá conferir as apresentações das escolas de samba Restinga, Imperadores, Vila Isabel e Bambas.
Uma das grandes novidades deste ano é a divisão do júri em dois grupos. O primeiro avaliará os concorrentes nesta quinta-feira (28), em uma noite de entrevistas restrita, enquanto o segundo julgará as performances no dia da final. As notas dos dois momentos serão somadas para definir os vencedores. Ao todo, são 30 candidatos e candidatas.
A escolha da Corte é uma realização da União das Entidades Carnavalescas de Todos os Grupos e Abrangentes de Porto Alegre (Uecgapa) e da União das Escolas de Samba de Porto Alegre (Uespa), com apoio da prefeitura municipal de Porto Alegre e da União dos Destaques do Carnaval de Porto Alegre (Udesca).
Te programa!
/// O quê: escolha da Corte do Carnaval 2025 de Porto Alegre
/// Quando: domingo (1º), às 15h
/// Onde: Casa do Gaúcho (Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 303)
/// Quanto: de graça
/// Venda de mesas (para quatro pessoas) a R$ 100 e camarotes (para 10 pessoas) a R$ 500, pelo WhatsApp (51) 99278-8880
Por trás da faixa
No comando da escolha da Corte, Israel Avila falou do evento e sobre sua experiência no concurso em entrevista ao Fica a Dica, na terça-feira (26). Ele foi recebido no estúdio da rádio 92 (92.1 FM) pelo comunicador Adriano Domingues. A coluna aproveitou para bater um papo com o diretor de eventos.

Conta um pouco da tua história no Carnaval de Porto Alegre.
Eu comecei como diretor de destaques na Protegidos da Princesa Isabel, onde fiquei por 12 anos. Depois, passei pela Vila do IAPI, Império da Zona Norte, Imperatriz Leopoldense. Mais tarde, fui convidado pela Alice Shenneider para ser colunista no blog Baticumbum. Naquela época, fiquei conhecido nas escolas por realizar giros nas quadras.
Depois que a Alice ficou grávida e encerrou o Baticumbum, lancei meu próprio blog, o Setor 1. Foi com ele que criei o Troféu Setor 1, e foi nesse momento que as pessoas começaram a dizer que eu sabia organizar eventos. O Troféu Setor 1 durou 10 anos (encerrou em março deste ano). Durante esse período, a antiga Liespa (Liga Independente das Escolas de Samba de Porto Alegre), que não existe mais, me convidou para ser produtor do Estandarte de Ouro. Além disso, as escolas passaram a me chamar para organizar aniversários, premiações e apresentar eventos. Tudo isso aconteceu de forma muito natural, e a minha boa relação com os dirigentes se manteve, mesmo eu optando por não fazer parte de nenhuma escola. Essa foi uma escolha minha: continuar neutro para poder colaborar com todas.
Há três anos, a presidente Kelly (Ramos, da Uecgapa), me chamou para o Rainha.
Tu aceitou de cara?
Não achei que era um evento que eu fosse dominar, pois é muito grande e envolve o sonho das meninas. Sou muito direto e, às vezes, tenho medo de falar algo pois pode magoar. Tive que aprender a trabalhar com mulheres, entender as Rainhas e os sonhos delas, além de compreender por que se emocionavam tanto por estar ali.
Como tu faz para administrar tanta gente, tantos perfis diferentes?
Eu trago a experiência do trabalho com destaques, que tem dinâmica parecida. Por exemplo: quando tu tens uma primeira, uma segunda, uma terceira e uma quarta porta-estandarte, o sonho da segunda é ser a primeira, e assim por diante. Essa competitividade sadia existe naturalmente no Carnaval. No entanto, para lidar com as emoções, precisei desenvolver um trabalho de avaliação com as meninas. Por isso, sempre conto com mulheres na equipe que oferecem esse suporte feminino.
O que mudou no concurso com a tua entrada?
Uma das grandes mudanças desde que assumi foi no regulamento, permitindo a participação de mulheres acima dos 24 anos e candidatas com filhos. A Rainha do Carnaval precisa ser uma mulher real: que trabalha, estuda, cuida da família e dos filhos — se tiver — e, mesmo assim, sente-se capaz de ocupar o posto de Rainha.