Coluna da Maga
Magali Moraes: quase futurologia
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Escrevi essa coluna no dia primeiro de novembro, imaginando você lendo daqui a três dias. Mais precisamente, hoje. É sempre um exercício de futurologia pensar adiante. O assunto escolhido seguirá fazendo sentido até a publicação? Algum evento climático vai surgir de uma hora pra outra e desconfigurar a ordem natural das coisas? Isso parecia impossível até pouco tempo atrás. Já antecipei a entrega das colunas em semanas e até em um mês por motivo de viagem. Não sei se conseguiria mais.
Futurologia é o estudo de tendências e comportamentos pra tentar prever o que vem pela frente. Eu disse tentar: não é uma ciência exata, é se adiantar em possíveis cenários ou situações complexas, se preparando pra lidar com o imprevisível. Agora pense em um jornal que precisa ter o dedo no pulso dos acontecimentos. As notícias ficam velhas (ou datadas) num piscar de olhos. É bem provável que a tragédia de hoje não interesse mais amanhã. O que ainda prende a atenção?
Presente
Sorte que eu escrevo sobre o dia a dia. Teoricamente o cotidiano é um ambiente mais amigável e controlado. Cotidiano é sobre viver no presente (ou deveria ser). Se bem que até a rotina pode nos levar ao passado, como aquele porta-retrato com uma foto antiga que provoca lembranças. Ou quando toca uma música que marcou uma fase da vida. Ou votar no colégio da infância. Acompanhar o crescimento dos filhos? É o cotidiano brincando o tempo todo de futuro com a gente.
Mesmo estando há mais de 9 anos no DG, eu ainda me admiro com esses constantes pulos no futuro. Cada vez que mando a próxima coluna e coloco a data no assunto do e-mail, levo um susto. Nossa, quatro de novembro já!?! E assim passam os meses. Em média, são 52 semanas por ano, o que dá 104 colunas. Ou 104 sustos. E olha que sou publicitária, pra nós já é Natal em abril. Falando nisso, daqui a pouco chega a hora das colunas natalinas. É o futuro com a cara de um velho conhecido.