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Coluna da Maga

Magali Moraes: tchau, fofoca

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

08/11/2024 - 05h00min

Atualizada em: 08/11/2024 - 08h34min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Sábado passado, algo inusitado cruzou o nosso caminho. E era grande esse inusitado: uma baita foca encalhada na areia. Encontramos ela por acaso, em uma rápida caminhada na beira da praia quando os ventos costeiros deram uma trégua. O que a gente costuma ver são alguns mariscos perdidos, e olhe lá. Ainda é fora de época, o movimento é pouco na areia. Espanto é encontrar a água do mar quase sempre cristalina (o que é raro durante o verão no litoral gaúcho).

Voltando à foca. Sou guria de apartamento, então tive que pesquisar pra saber se era foca mesmo ou leão marinho. Guarde essa informação, vá que pode ser útil no futuro. As focas não possuem orelhas (só um buraco pra escutar) e suas nadadeiras da frente são curtas. Com os leões marinhos é o contrário: orelhas aparentes e nadadeiras anteriores maiores, o que ajuda na locomoção em terra firme. Pra ter certeza total, fui conferir no VAR (o vídeo que gravei lá na hora). Sem orelha… foca!

Boca

Você já viu uma foca encalhada, possivelmente desidratada e visivelmente assustada? Além do tamanho enorme, seus olhos arregalam e crescem. A boca abre e quer rosnar (quem rosna é gato e cachorro, mas deu pra entender). Como aquilo não deveria ser um banho de sol, logo alguém buscou um balde e jogou água nela. Era uma ajuda, não ameaça. O fato é que a foca embrabeceu, rosnou (opa) e resolveu voltar pro mar. Aquele corpão imenso deu um giro e fugiu se arrastando.

Daí vem o título da coluna. “Tchau, fofoca” foi um menininho fofo se despedindo da foca. Estávamos todos na torcida por ela, uma dúzia de curiosos bem intencionados e sem experiência com mamíferos aquáticos. A vida tem esses momentos legais, onde desconhecidos se unem em uma empatia momentânea e depois dispersam. Não faço ideia dos seus nomes, nem lembro os rostos. Mas não vou esquecer a cara da foca, o menininho e o nosso coro de vozes tentando empurrar com “ Vai, vai, vai, guria!”.

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