Pelo fim dos emaranhados
Retirada de fios sem uso em postes de Porto Alegre soma mais de 60 toneladas neste ano
Operação foi retomada em julho, após ser paralisada em razão da enchente. CEEE Equatorial não participa da força-tarefa desde que a prefeitura ingressou com ação contra concessionária
A força-tarefa responsável pela retirada de fios sem utilização em postes de Porto Alegre passou a marca de 60 toneladas recolhidas. O dado é da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). A operação teve início em janeiro deste ano, acabou interrompida durante a enchente e foi retomada em julho.
Os mutirões deveriam contar com a participação da prefeitura, da CEEE Equatorial e das principais empresas de telefonia: Vivo, Claro, Tim e Oi. Desde março, a CEEE Equatorial, dona dos postes, deixou de participar da força-tarefa. Neste mês a Oi também saiu.
A saída da CEEE Equatorial ocorreu após a prefeitura ingressar com uma ação civil pública contra a distribuidora de energia — que aluga os postes — e as operadoras de telefonia. No caso da Oi, a saída se deu após empresa e município firmarem um acordo no dia 16 de outubro.
A ação da prefeitura tramita na 20ª Vara Cível e de Ações Especiais da Fazenda Pública de Porto Alegre. Em decisão do dia 18 de outubro, a juíza Patrícia Antunes Laydner estabeleceu prazo de 30 dias para a criação de um comitê. Nele, prefeitura e empresas irão discutir um cronograma visando a solução definitiva do problema da fiação ociosa.
Além da CEEE Equatorial e das quatro principais empresas, companhias menores de telefonia e internet têm até o dia 18 de novembro para solicitarem de forma opcional o ingresso no comitê. A estimativa é que Porto Alegre tenha cerca de 90 empresas do tipo. Depois desse prazo, o comitê terá outros 30 dias para apresentar um cronograma. Enquanto isso, os prazos da ação seguem suspensos.
— A juíza do processo adotou um modelo de solução do conflito que implicou numa certa inovação e mediação. Inclusive com aviso de que, se o comitê não apresentar nenhuma solução concreta, ela poderá decidir —explica o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio Ambiente de Porto Alegre, Nelson Marisco.
Multa
A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou na quarta-feira projeto de lei que obriga a empresa concessionária de energia elétrica a realizar a manutenção e a retirada de fios e cabos de energia elétrica e de fibra ótica em desuso. A proposta foi de autoria do vereador João Bosco Vaz (PDT). Em caso de descumprimento, a empresa poderá ser multada.
O procurador Nelson Marisco não antecipou se a proposta de lei será vetada o ou sancionada, indicando que a análise do texto aprovado ainda não foi realizada.
A CEEE Equatorial informou que detém uma concessão federal e segue diretrizes e normas que estabelecem “que a manutenção técnica e adequação jurídica dos equipamentos de telecomunicações é de responsabilidade das empresas que prestam esses serviços”.