Você deve ter percebido que nós, aqui do DG, temos um rodízio de escrita da coluna Direto da Redação. Cada autor tem a liberdade de escolher o tema e, na prática, escreve uma vez a cada dois meses. Para minha alegria, fiquei responsável pela coluna de Natal. Porém, a pergunta que rondava minha mente até o dia em que consegui colocar as palavras no papel foi: como não ser clichê? 

Como fugir das piadas de pavê ou pacumê – que, a essa altura do campeonato, até o tiozão tem vergonha de fazer? Ou da discussão entre arroz com passas e maçã na maionese? Só seria pior se eu falasse do meme de se arrumar inteiro para ficar sentado na sala. Sem respostas, toda essa história me fez refletir sobre como sempre queremos que tudo seja perfeito. Calma, vou explicar.

Essa reflexão pode ser sobre qualquer coisa, mas muito se aplica ao Natal. Pode ser sobre uma receita que planejamos levar na ceia em família que não fica do jeito que queríamos, um presente do amigo secreto que não atende às expectativas, ou até uma comemoração do Ano-Novo que não foi tão legal assim. Eu, pelo menos, quero, todas as vezes, que os feriados de fim de ano sejam os melhores da minha vida – spoiler: com essa pressão toda, nunca são.

Simplicidade

Na verdade, os mais legais ocorreram quando eu era criança, que não tinha nenhuma expectativa sobre as festas. Eu poderia ganhar qualquer presente que achava ótimo. As comidas eram as melhores do mundo, visto que eram feitas pela melhor cozinheira, minha mãe. E as risadas eram as mais altas e divertidas com o meu avô. 

Hoje percebo que essa busca incessante pela perfeição se aplica também no meu trabalho. Como escrever essa coluna. Queria que fosse perfeita, que não fosse repetitiva, mas sim, de certa forma, revolucionária. Mas a beleza das coisas – e dos escritos – pode estar no simples. E espero conseguir enxergar isso cada vez mais em 2025.