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Entenda o impasse entre rodoviários e Metroplan que levou à paralisação do transporte intermunicipal

Trabalhadores reivindicam reajuste salarial retroativo a junho, data base do acordo estabelecido em convenção coletiva; empresas dizem que não foram comunicadas do manifesto. Governo alega que tem assegurado auxílios e que aguarda repasse da Fazenda

16/12/2024 - 12h12min


Beatriz Coan
Beatriz Coan
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
Moradores de oito cidades foram impactados com a manifestação dos trabalhadores rodoviários.

Passageiros que dependem do transporte intermunicipal na região metropolitana de Porto Alegre foram pegos de surpresa na manhã desta segunda-feira (16) com a paralisação dos rodoviários. Os trabalhadores decidiram parar as operações para reivindicar reajuste salarial que, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região, deveria ter ocorrido em junho de 2024.

A paralisação impactou cerca de cem mil pessoas, segundo a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), que alega estar assegurando o reajuste por meio de auxílios, para não passar todo o aumento tarifário aos usuários. O superintendente do órgão, Francisco Hörbe, diz que o governo do Estado aguarda repasse de recurso orçamentário da Fazenda para que o pagamento sejam continuados. 

Moradores de Viamão, Alvorada, Cachoeirinha, Eldorado do Sul, Canoas, Gravataí, Guaíba e Camaquã, que faz parte do sindicato, apesar de não ser na Região Metropolitana, tiveram dificuldade de se locomover nesta manhã. 

Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o assessor jurídico do sindicato, João Batista Wolff Gonçalves Oliveira, afirmou que o movimento não foi uma greve, apenas um manifesto, e que o transporte foi liberado às 8h.

A seguir, veja o que se sabe até o momento sobre o impasse que levou à paralisação, e o que dizem os envolvidos.

O que pedem os trabalhadores

  • A categoria alega que o reajuste salarial previsto para junho ainda não foi pago;
  • O reajuste convencionado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de acordo com o assessor jurídico do Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região, João Batista Wolff Gonçalves Oliveira, é de 3,34%:
    — Nós queremos este reajuste e estes valores retroativos.
  • O sindicato não descarta novas paralisações caso não cheguem a um acordo.

O que diz o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guaíba: 

"Motivo da paralisação dos rodoviários:

Falta de reajuste salarial, desde junho de 2024, data base da categoria. Jogo de empurra e empurra entre seguimento patronal e governo do estado faz com que trabalhadores fiquem sem ser atendidos nas questões salariais".

O que dizem as empresas

  • Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) informou que não foi comunicado a respeito da paralisação;
  • Eles alegam que sempre estiveram abertos para o diálogo com os trabalhadores;
  • Além disso, reforçam que uma reunião de mediação já estava agendada para a próxima quinta-feira (19), no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Devido ao manifesto, a reunião foi antecipada para o final da tarde desta segunda-feira (16).

Veja a íntegra da nota do Stergs:

"O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) informa que não foi comunicado a respeito da paralisação de segunda-feira e reforça que está, como sempre esteve, aberto ao diálogo.

Tanto é assim que já está agendada reunião de mediação no dia 19/12, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), podendo ser antecipada".

O que diz o governo

  • Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Francisco Hörbe, afirmou que o governo do Estado tem assegurado o reajuste através de auxílios, para não passar todo o aumento tarifário aos usuários.
  • Assim que a solicitação do recurso orçamentário da Fazenda for repassado à Metroplan, os pagamentos e os processos vão ser continuados até o final do ano — estimou o superintendente.

Ouça a entrevista do superintendente da Metroplan à Rádio Gaúcha



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