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Direto da Redação

Guilherme Jacques: "Azar do universo!"

Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

30/12/2024 - 05h00min


Guilherme Jacques
Guilherme Jacques
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Agência RBS / Agência RBS
Direto da Redação

*Texto publicado no DG, no espaço da colunista Magali Moraes, que está em férias.

Que ano! Aconteceu tanta coisa que a gente fica “um pouco Rei”: tem tanto para falar, mas com palavras não sabe dizer. O 2024 passou voando e, mesmo assim, parece que durou 10 anos. Com essa sensação, não sei você, mas eu chego na antessala do 1° de janeiro meio exausto.

A espera por 2025 é agridoce. Uma mistura de “ainda bem” com um temeroso “o que vem aí?”. Sabe aquele sentimento de “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”? Torço muito para não morrer, mas 100% de certeza que nem o Belchior eu não tenho, não.

E aí fica fácil dar uma de Zeca Pagodinho e deixar a vida me levar. Assim, sem compromisso, gostoso que nem o sambinha. É tentador. Afinal, planejar pra quê? A gente batalha todo o santo dia, se esforça, se planeja e o universo ri dos nossos planos como se eles não valessem nada. Se bem que, se a gente for pensar, não valem muito mesmo.

No meio do turbilhão, nosso senso de importância fica meio descalibrado. Quem somos nós na fila do pão desse mundão? Provavelmente, ninguém. Igual ou pior que o nosso tsunami há tantos outros. Só que, tomando um caldo aqui e ali, seguimos protagonistas do nosso próprio mundinho, pelo menos. Disso não podemos fugir. Então, peço licença para, como Raul, desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes.

É que mesmo exaustos, temos que buscar forças. Tá escrito: guerreiro não foge da luta e não pode correr. Uso (essa) Revelação para dizer que não podemos esquecer que somos — perdão pelo clichê — heróis da nossa própria história.

E sabe como é a jornada do herói, né? Difícil, tem que matar um leão por dia e ainda desviar das antas. Não tem jeito. Ah, tem que ser teimoso também. Se o universo quer rir dos nossos planos, ele que o faça. Mas não deixemos de planejar por isso. Nem percamos as esperanças. Se for para ir no embalo de alguma canção, vamos meio Gil, com fé, porque a fé não costuma falhar. Vamos fazer metas, ter planos e criar expectativas. Azar do universo, ele que lute! Feliz 2025!


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