Coluna da Maga
Magali Moraes e a seita do vinagre
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Essa coisa de seita pega a gente de jeito. Ando fanática por vinagre de álcool, e não é de agora. Na salada, acho horrível. Aquele gosto amargo deve grudar na boca por uma eternidade, me tira a fome só de pensar, além de ter que bochechar com Diabo Verde depois. Achei que fosse uma loucura minha usar vinagre pra quase tudo, aí vi um vídeo do queridão @luciosalimen no Instagram, e ri de nervosa. Os comentários indicam que o vinagre tem muitos seguidores fiéis (assim como o Lucio).
E onde entra o vinagre no dia a dia? Pra limpar rejuntes de cozinha e banheiro, tirar manchas, clarear roupa branca (uma bela dobradinha com o sabão, há quem diga que o substitui) e como amaciante. Falando nisso, dá pra usar no cabelo pra deixar macio e brilhante. No segmento capilar eu ainda não testei. E se o cheiro me denunciar nas ruas? Taí um problema nessa crença do vinagre: o odor forte. Por outro lado, ele ganha no quesito preço. É muito barato.
Dentes
Lembrei de outras seitas. Uma poderosa é a do bicarbonato de sódio, com inúmeros fiéis e um número maior ainda de usos. Limpar joia de prata, por exemplo. Clarear unhas e dentes (dentistas não recomendam porque prejudica o esmalte). Fui pesquisar e descobri que o bicarbonato trata aftas, mau hálito e azia, funcionando como antiácido. Inclusive é um dos componentes da fórmula do Estomazil. E adivinha? Ele também pode ser usado pra limpar o cabelo e melhorar a pele ao regular seu PH.
Se fosse uma disputa por eficiência, quem ganharia? O vinagre de álcool ou o bicarbonato? Os dois juntos, provavelmente. As misturinhas unem diferentes seitas, e são ainda mais viciantes. Essas crenças em certos produtos de limpeza e higiene possuem um lado afetivo: são dicas de alguém muito próximo, que a gente confia. Para a minha vó, tudo (tudo mesmo) curava com salmoura. O que eu não daria hoje pra conversar com ela sobre os truques do vinagre e do bicarbonato.