Notícias



Sete meses após enchente

Rodoviária de Porto Alegre ainda tem parte dos banheiros fechada e local improvisado para venda de passagens interestaduais

Daer diz que empresa que fará a reforma será definida até o final do mês. Está previsto o serviço de pintura, impermeabilização de cobertura, reforma na parte dos vidros da fachada

07/12/2024 - 14h44min


Kathlyn Moreira
Kathlyn Moreira
Enviar E-mail

Um dos primeiros locais a ficar alagado em Porto Alegre na enchente de maio, a Estação Rodoviária de Porto Alegre ainda tem espaços interditados em razão dos estragos. Sete meses depois da tragédia climática, três dos cinco banheiros disponíveis estão fechados e precisam de uma reforma antes de serem liberados.

Dos dois que estão abertos, apenas um tem acessibilidade, mas fica em uma das pontas da estação, próximo ao desembarque, exigindo um deslocamento maior de quem fica no setor interestadual. Nesta área, o banheiro que fica em frente aos boxes dos ônibus está desativado, e a opção mais próxima é subindo uma escada.

Outra questão que atrapalha quem não pode caminhar muito é o deslocamento dos guichês de venda de passagens interestaduais, também em função da enchente. A sala envidraçada na entrada do terminal ficou bastante danificada pela água e permanece isolada.

Inicialmente, as empresas montaram barracas e mesas perto do embarque para atender os usuários, mas agora uma antiga área de espera foi adaptada no segundo andar para oferecer um ambiente climatizado e mais organizado. A mudança, no entanto, exige que o passageiro caminhe mais e suba uma rampa para chegar até lá.

—  Os guichês de passagem estão lá em cima. É mais difícil, mas tem que ir, né? Os banheiros, tem um que está fechado e teria que ir lá em cima. Pra subir eu não tenho condições — comentava o aposentado Reinoldo Machado do Nascimento, 55 anos, que utilizava uma muleta para passar pelo corredor central em direção ao setor de vendas.

Quem necessita comprar bilhetes para outros Estados também precisa buscar a informação de onde está o novo local. Não há placas muito claras que sinalizem a alteração.

— Tive bastante dificuldade, comecei perguntando para um guarda e ele soube me explicar que era na parte de cima, mas como está todo mundo junto, foi um pouco difícil de localizar — relatou a esteticista Eduarda Augusta Lezan Siqueira, 21 anos.

Empresa que fará a reforma será conhecida até o final do ano

Responsável pela estrutura da rodoviária, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) está buscando formas de realizar os reparos. Em setembro, houve uma primeira tentativa de contratação com o chamamento de empresas, que ficou sem interessados. Desde então, a autarquia está fazendo uma revisão do termo de referência para tornar mais atrativo

O plano é que, até o final do ano, o Daer já conheça e tenha a empresa contratada para iniciar os trabalhos. A prioridade será no atendimento em guichês do interestadual para ter a reforma e a disponibilização do espaço, e os banheiros para poder atender ao usuário. Além disso, está previsto pintura, impermeabilização de cobertura, reforma na parte dos vidros da fachada — explica a diretora de Transportes Rodoviários do Daer, Luciana do Val Azevedo.

A reforma da área interestadual promete uma mudança maior. Os vidros da fachada serão trocados por paredes porque os guichês ficarão todos concentrados nessa parte, virados para o interior da estação. Os outros vidros serão substituídos por novos.

No restante do espaço, será preparada uma sala de espera. Atualmente, a única disponível fica no segundo andar e não permite que o passageiro cuide a chegada dos ônibus interestaduais.

O prazo para que as obras sejam entregues ainda não foi estabelecido e dependerá do novo edital. No primeiro, o período estimado para as melhorias era de 90 dias.

Alagamentos ainda preocupam comércio

Como medidas a curto prazo após a enchente, bancos foram recuperados e estão posicionados no corredor central para quem quer aguardar perto das lancherias. Novos assentos estão previstos para serem colocados durante a reforma.

Lojistas também fizeram um acordo com a administração e pintaram parte das paredes para retirar as marcas deixadas pela inundação, que em determinados pontos superou os dois metros.

Perto dos boxes mais ao fundo, uma lancheria ainda passa por reformas e está coberta por tapumes. Outras salas foram abandonadas e estão com sujeira acumulada por ficarem fechadas e sem interessados em assumir. Alguns comerciantes reformaram os estabelecimentos e voltaram a atender.

Preocupação

Com a chuva do último domingo (1º), alagamentos voltaram a ser registrados no corredor central e em alguns restaurantes, deixando comerciantes preocupados. Com relação a esse problema, o Daer aponta que a solução depende do funcionamento da casa de bombas da região, que é responsabilidade do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

Na última segunda-feira (2), o Dmae atribuiu os alagamentos a dois pontos principais. O primeiro foi o volume de chuva em um curto período de tempo, com 40 milímetros registrados em uma hora. O segundo foi o problema de falta de luz em algumas casas de bombas. Sem energia via rede elétrica, as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) operam via geradores, o que limita o poder de vazão dos complexos.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias