Notícias



+Saúde

Um problema que afeta 50% dos homens acima dos 50 anos

Tratamento a laser é opção eficiente para a hiperplasia prostática benigna, afirma urologista Eduardo Terra Lucas

03/12/2024 - 13h19min


Zero Hora
Enviar E-mail
Tom / stock.adobe.com
Se não tratado, crescimento anormal da próstata pode piorar a qualidade de vida e gerar problemas de saúde.

Durante o Novembro Azul, muito se falou sobre o câncer de próstata, mas também é necessário alertar sobre outra condição que pode afetar o órgão e que é bastante prevalente na população masculina, implicando redução importante da qualidade de vida quando não tratada. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, estima-se que 50% dos homens acima dos 50 anos são afetados pela hiperplasia prostática benigna (HPB), uma taxa que pode chegar aos 90% após os 80 anos.

Normalmente, a HPB é  tratada, em um primeiro momento, com medicamentos. Entretanto, existem procedimentos e cirurgias minimamente invasivas que podem resolver o problema de forma definitiva, indicadas especialmente nos casos em que a próstata cresce excessivamente e o paciente não tem mais benefício com o uso da medicação, ou não deseja mais seu uso devido ao seus efeitos colaterais, explica Eduardo Terra Lucas, urologista na clínica Andrologia Moinhos.

— Trata-se de um procedimento conhecido como Holep. É o que temos de mais moderno para o tratamento de HPB, bastante seguro e eficaz. Devido à ausência de cortes e à precisão dos equipamentos, o paciente tem uma recuperação muito mais tranquila, com menos tempo de internação e resultados duradouros — complementa Lucas, que também é membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da Sociedade Americana de Urologia. 

Como é o procedimento

O nome técnico para a sigla Holep é Holmium Laser Enucleation of the Prostate, que significa enucleação endoscópica da próstata com uso de um laser de hólmio (um elemento químico). É retirada toda a parte interna e crescida da próstata, que estava dificultando a micção adequada do paciente. Referência nesta técnica no país, tendo realizado mais de 1,2 mil cirurgias deste tipo, o urologista ressalta que o procedimento é feito por meio de um laser, que é introduzido pela uretra, sem cortes, sendo possível tratar glândulas de qualquer tamanho. 

Em seguida, o laser do aparelho emite uma onda de calor que separa e remove o tecido excessivo da próstata, desobstruindo por completo a passagem da urina, restando apenas a sua cápsula externa.

Eliminado sem afetar as partes saudáveis, o tecido retirado é enviado para a análise patológica, de maneira que possa ser descartada a presença acidental de câncer de próstata. 

Tire suas dúvidas sobre a HPB

Quais são os sintomas de crescimento anormal da próstata?

Com o crescimento da próstata, ocorre compressão da uretra, o que resulta em jato de urina fraco, ter de fazer força para urinar, sensação de bexiga cheia e com esvaziamento incompleto e uma maior vontade de urinar à noite.

O que acontece se a condição não for tratada?

Se não tratada de forma adequada, a HPB provoca piora importante na qualidade de vida, podendo, em casos mais graves, levar a uma descompensação e prejuízo do funcionamento da bexiga, com risco de retenção urinária, uso de sonda vesical, formação de cálculos e divertículos na bexiga e piora do funcionamento renal, entre outras complicações preveníveis.

Se eu fizer a cirurgia, minha vida sexual pode ser afetada?

Técnicas como a Holep não afetam a capacidade de manter orgasmo e tampouco o desempenho masculino durante as relações sexuais, assegura o urologista Eduardo Terra Lucas. Isso porque o procedimento não interfere nas estruturas que são responsáveis pela ereção ou nos hormônios.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias