A presença de Branca de Neve, Pantera Negra, Homem-Aranha e outros personagens chamou a atenção de quem esperava no Banco de Sangue do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, neste sábado (25). Assim como nos filmes e quadrinhos, eles se reuniram para uma causa nobre: salvar vidas — no caso, incentivando a doação de sangue.

— A ideia é sempre ajudar. Precisei de sangue por ter passado por um problema no passado e agora quero retribuir — conta Haroldo Medina, 55 anos, um dos fundadores da Liga Heroica. Nesta manhã, ele estava representando o personagem Scorpion, de Mortal Kombat.

O grupo foi fundado em 2015, em um evento de cosplay, para atuar em trabalhos comunitários na Região Metropolitana. Em um primeiro momento, a ideia era arrecadar donativos e alimentos e enviá-los para uma instituição no Morro Santa Teresa, na zona sul. Ao longo dos anos, o trabalho cresceu e incluiu visitas a abrigos e hospitais.

Também membro do grupo, o "Chapolin Colorado" Leonardo Ayres, 31 anos, diz que a fantasia é uma forma de interagir e, de certa forma, chamar a atenção para a doação:

— Nossa ideia é ajudar e fazer a diferença na vida de alguém, ter o espírito de solidariedade.

Número de doações costuma cair no verão

Ações como a desta manhã são importantes para motivar outras pessoas, segundo a responsável pela captação do Banco de Sangue do GHC. Principalmente no período de verão e de férias, quando o número de doações costuma cair.

— Às vezes, é preciso um empurrãozinho, sem que aconteça um acidente, para que as pessoas se mobilizem e façam a doação. No momento, precisamos mais de O positivo e O negativo — explica Andrea Porcher.

Doando pela primeira vez

O estoque baixo afeta diretamente pacientes que necessitam de transfusões para tratamentos oncológicos, cirurgias e transplantes. Pensando nisso, Emily Gasparini, 21 anos, incorporou a Branca de Neve e criou coragem para doar sangue pela primeira vez.

— A vida continua no verão e nas férias, mas a doação diminui. Foi um dos motivos que me fizeram doar nesta época, quando quase não tem gente — relata.

A situação também é complicada em outros bancos de sangue da Capital. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o número ideal de doadores é de 80 por dia. Os fatores sanguíneos em estado crítico, neste sábado, eram O negativo, A negativo, B negativo e AB negativo. O Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre também alerta para a necessidade de doações de sangue, que podem ser feitas nas instalações da instituição.

Requisitos para doar sangue

• Apresentar documento com foto
• Ter entre 16 e 69 anos de idade (adolescentes de 16 e 17 anos devem estar acompanhados por responsáveis)
• Ter peso acima de 50 kg
• Estar alimentado, com intervalo mínimo de duas horas caso a doação seja realizada após o almoço
• Ter dormido no mínimo seis horas na noite anterior à doação
• Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação
• Evitar fumar por pelo menos uma hora após a doação
• Evitar alimentos gordurosos nas três horas antecedentes à doação