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Bolo com arsênio

IGP analisará se alimentos e itens levados por nora para a sogra em hospital de Torres também estavam envenenados

Doces, pastel e suco, garrafa e canudo passarão por perícia para identificar se há a presença de substâncias que possam causar envenenamento

15/01/2025 - 11h46min


Paulo Rocha
Paulo Rocha
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Divulgação / Instituto Geral de Perícias
Perícia busca identificar a presença de substâncias que possam provocar envenenamento.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) está com alimentos e itens levados por Deise Moura dos Anjos para a sogra, Zeli dos Anjos, quando ela ainda estava internada no hospital de Torres. São produtos que se somam a uma garrafa d'água, também levada no mesmo dia e que serão analisados para identificar a presença de substâncias que possam causar envenenamento. O instituto espera concluir as primeiras análises ainda esta semana.

Deise, de 42 anos, é investigada pela morte de três pessoas da mesma família com um bolo envenenado. A lista de alimentos sob análise inclui quatro bombons, um pastel, uma garrafa de suco, um canudo, um chiclete, um pacote de biscoito, quatro barras de cereal e um mandolate. Nenhum dos produtos foi consumido ou utilizado por Zeli.

Ela recebeu a visita da nora enquanto estava internada após comer duas fatias de um bolo com uma farinha que continha arsênio. A visita aconteceu no dia 5 de janeiro, no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, no Litoral Norte. Zeli recebeu alta no dia 10.

Além da análise científica, a Polícia Civil segue debruçada na coleta de mais elementos que apontem a responsabilidade de Deise na morte de Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47.

Além destes homicídios, a investigação analisa uma possível tentativa de envenenamento do marido e do filho de Deise. A polícia recebeu o relato de testemunha apontando que, em dezembro, a suspeita teria supostamente envenenado suco de manga ingerido pelos dois. 

— Estamos analisando essa situação ainda, mas a gente não consegue confirmar ainda sobre isso — diz o delegado responsável pelo caso, Marcos Vinicius Veloso.

O IGP recebeu na tarde desta segunda-feira (13) os ofícios da polícia com solicitações de perícias laboratoriais em amostras de sangue do marido e do filho de Deise. O objetivo é verificar a presença de arsênio.

O delegado afirma que, no momento, não busca exumar o corpo do pai de Deise. José Lori da Silveira Moura morreu de cirrose em 2020, aos 67 anos. A investigação identificou que o corpo do sogro da mulher, Paulo Luiz dos Anjos, e que faleceu em setembro, atestou positivo para a presença de arsênio. 

Inicialmente, a causa da morte foi apontada como intoxicação alimentar. Dois dias antes, a suspeita havia levado bananas e leite em pó para a casa dos sogros. A polícia suspeita que o arsênio tenha sido utilizado em um destes alimentos, uma vez que não há mais como analisá-los. Os produtos foram descartados, ainda em setembro.

Deise está presa temporariamente desde 5 de janeiro por suspeita de envenenar um bolo com arsênio em Torres, no mês de dezembro. Na ocasião, três mulheres da mesma família morreram envenenadas. O delegado espera concluir o inquérito no prazo de 30 dias, mas não descarta prorrogar a investigação e o prazo de pedido de prisão.


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