Recuperação da ciclovia
Obra que bloqueia faixas na Avenida Ipiranga vai se estender por até seis meses
Trecho no cruzamento com a Rua São Manoel é o primeiro de nove que serão reconstituídos ao longo do ano. Taludes do Arroio Dilúvio desabaram em diversos pontos desde 2023, interditando caminho voltado às bicicletas
Foi iniciada a reconstrução de nove trechos onde taludes do Arroio Dilúvio desabaram, em Porto Alegre. As estruturas começaram a romper em julho de 2023, levando consigo partes da ciclovia da Avenida Ipiranga. De lá para cá, foram 11 trechos que cederam durante temporais ou períodos de muita chuva. Dois deles foram consertados e o restante será recuperado até o final de 2025, promete a prefeitura de Porto Alegre.
A obra no primeiro dos pontos, próximo à esquina da Ipiranga com a Rua São Manoel, começou na semana passada e é executada pelo Consórcio Dilúvio, contratado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Neste local, o trabalho deve se estender por até seis meses.
Segundo o departamento, as equipes estão preparando o terreno para colocação de pranchas metálicas que farão o reforço da estrutura dos taludes. Elas serão fixadas abaixo do nível do arroio, subindo até a cobertura, onde fica a ciclovia.
Durante a obra, duas faixas da Avenida Ipiranga (sentido Centro-bairro) ficarão bloqueadas entre as ruas Bernardo Pires e São Manoel. A prefeitura orienta que os motoristas optem por vias alternativas, como as avenidas Bento Gonçalves e Protásio Alves. No trecho de pista bloqueado na Avenida Ipiranga, a calçada recebeu nova sinalização para que o uso seja compartilhado entre ciclistas e pedestres.
Segundo o Dmae, os problemas identificados na estrutura, que é responsável por conter transbordos do Dilúvio em caso de cheia, ocorreram devido a "extensos períodos de chuva nos últimos anos". Um estudo técnico foi feito pelo departamento, junto da empresa BSE Engenharia Geotécnica Ambiental, para identificar as melhores técnicas de reconstrução, a fim de evitar a repetição dos desabamentos.
O investimento em toda a obra é de R$ 8 milhões, com previsão de conclusão até o fim de 2025. De acordo com o diretor-geral adjunto do Dmae, Darcy Nunes dos Santos, serão aplicados cerca de R$ 2 milhões para os trechos mais danificados e R$ 500 mil para aqueles em situação menos crítica.
"Teremos dois tipos de reconstrução: em concreto armado e usando gabiões, que são estruturas metálicas muito comuns na contenção e estabilização de taludes. Ou seja, não estamos fazendo um simples 'reaterro', e sim construindo novas estruturas, com materiais especiais", diz Santos.
Valdecir da Silva, 32 anos, usa sua bicicleta para fazer telentrega por aplicativos. Na tarde desta terça-feira (14), enquanto passava pelo trecho da Avenida Ipiranga que está em obras, ele utilizou a calçada do outro lado da rua para se deslocar, já que a ciclovia está bloqueada.
— A calçada tem muitos buracos, mas é melhor do que andar no asfalto. Se estragar minha bicicleta, o aplicativo não dá suporte. Caso fure um pneu ou estrague a roda, (o conserto) sai do meu bolso — diz o trabalhador.
Já a ciclista Anna Jardim, 28, costuma passar pela Avenida Ipiranga todos os dias para ir e voltar do trabalho, que fica no bairro Cidade Baixa. Em frente ao antigo ginásio da Brigada Militar — onde hoje está instalado um espaço com restaurantes —, ela precisa usar a calçada, já que ali outro trecho da ciclovia está bloqueado.
— Tenho que atravessar para a calçada ou andar pelo asfalto. Não sei o que é pior — reclama.
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) dizem que, na medida em que a recuperação dos taludes avançar, será refeito o percurso original das ciclovias e recolocada a sinalização.
A recuperação de cada um dos nove trechos deve levar entre quatro e seis meses para ser finalizada. Ainda não há um cronograma exato para a ordem início de cada serviço. Segundo o Dmae, isso depende de autorizações de trânsito definidas pela EPTC.
Trechos do talude do Dilúvio que passarão por obras em 2025
- Próximo à esquina com a Rua São Manoel, em frente a uma concessionária automotiva
- Próximo à Rua Vicente da Fontoura, em frente à concessionária de energia elétrica
- Perto do cruzamento com a Rua Santana, em frente a um laboratório
- Próximo à Rua Lício Cavalheiro, em frente a um restaurante
- Próximo à Rua Vicente da Fontoura, em frente a uma revenda automotiva
- Próximo à Rua Silva Só, em frente ao antigo Ginásio da Brigada Militar (Garden Destemperados)
- Diante do planetário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
- Junto à PUCRS, perto da parada de ônibus do campus (sentido Centro-bairro)
- Próximo à PUCRS, perto do cruzamento com a Rua Prof. Cristiano Fischer (sentido Centro-bairro)