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Terremoto no Tibete deixa pelo menos 95 mortos

Tremor de magnitude 6,8 na escala Richter teve epicentro no condado chinês de Dingri, perto da fronteira com o Nepal

07/01/2025 - 12h05min


AFP
AFP

Pelo menos 95 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas nesta terça-feira (7) em razão de um terremoto no Tibete. Vários edifícios desabaram na região, noticiou a mídia estatal chinesa Xinhua.

Cerca de 1 mil casas sofreram danos em diferentes graus, já havia apontado anteriormente a agência.

De acordo com o Centro de Redes Sísmicas da China, o terremoto teve uma magnitude de 6,8 na escala Richter e foi localizado no condado de Dingri, perto da fronteira com o Nepal. Os serviços geológicos dos EUA calcularam a magnitude em 7,1.

A Xinhua informou que até as 10h  (horário local) desta terça, foram registradas "repercussões múltiplas", a mais forte de magnitude 4,4.

 "Muitas casas colapsaram", diz comerciante

Sangji Dangzhi, 34 anos, dono de um supermercado no condado de Tingri, muito atingido pelo terremoto, disse que a situação era muito grave, com ambulâncias levando os feridos ao hospital desde cedo. 

Aqui as casas são feitas de terra, quando chegou o terremoto muitas casas colapsaram — afirmou o comerciante de 34 anos para a AFP.

O canal central de televisão da China, o CCTV, disse que o condado de Dingri e seus arredores sofreram fortes tremores e muitos edifícios colapsaram perto do epicentro.

Eles informaram ainda que o presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforços de busca e resgate em grande escala, minimizando as vítimas ao máximo possível, realocando adequadamente os moradores afetados e garantindo sua segurança e bem-estar no inverno".

As autoridades locais estão contatando várias aldeias do condado para avaliar o impacto do terremoto. Eles também enviaram ajuda de emergência como tendas de algodão, edredons e outros materiais para suportar o clima severo da área, informou a agência Xinhua.

Baixas temperaturas

As temperaturas durante o dia em Dingri estavam em torno de 8ºC negativos e à tarde a previsão é de que caia para 18ºC negativos, segundo a Administração Meteorológica da China.

Este condado de alta altitude na região do Tibete tem uma população de cerca de 62 mil pessoas e está localizado na encosta chinesa do Monte Everest.

Embora os terremotos sejam comuns nesta região, o desta terça-feira é o mais intenso registrado em um raio de 200 quilômetros nos últimos cinco anos, afirmou o centro sísmico chinês.

Zona de terremotos

O tremor também foi notado na capital do Nepal, Katmandu, localizada a mais de 200 quilômetros do epicentro, e no assentamento de Lobuche, perto do acampamento base do Everest.

— Aqui tremeu muito forte, todo mundo está acordado mas não sabemos se houve danos — comentou o funcionário do governo Jagat Prasad Bhusal na região nepalesa de Namche, perto do pico mais alto do mundo.

O porta-voz do Ministério do Interior nepalês, Rishi Ram Tiwari, disse que até agora não houve relatos de danos ou mortes, mas que as forças de segurança foram destacadas.

Nepal está localizado em uma falha geológica onde a placa tectônica índica pressiona a placa euroasiática, o que causou a formação da cordilheira do Himalaia e faz com que os terremotos sejam frequentes na área.

Em 2015, quase 9 mil pessoas morreram e mais de 22 mil ficaram feridas por um terremoto de magnitude 7,8 no Nepal que destruiu mais de meio milhão de casas.

Os tremores do terremoto desta terça-feira também atingiram o estádio indiano de Bihar, mas não há registro de feridos.

Em janeiro do ano passado, três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por um terremoto de magnitude 7 na região montanhosa da fronteira entre a China e o Quirguistão.

Um mês antes, outro terremoto no noroeste da China matou 148 pessoas e deslocou milhares na província de Gansu.


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