Região Metropolitana
Cães resgatados na enchente ganham picolés para enfrentar o calorão em Canoas; assista ao vídeo
Iniciativa ocorreu em um abrigo municipal na manhã desta terça-feira (11), quando a temperatura beirava os 35ºC. Interessados em fazer a iguaria para o seu pet devem ter atenção às frutas utilizadas
![Vinicius Coimbra](https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35762679.jpg?w=128)
Picolés foram utilizados para diminuir o calor de cães em Canoas, na Região Metropolitana, na manhã desta terça-feira (11). Quando a temperatura beirava os 35ºC, animais mantidos em um abrigo municipal receberam um mix de frutas congeladas, preparado por profissionais da Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal (SMBEA).
— Os cães não transpiram como os seres humanos, e sim trocam calor pela boca. O picolé ajuda a refrescá-los. Chamamos isso de enriquecimento alimentar, que ajuda a estimular e desenvolver as habilidades e os sentidos deles. Os cães adoram — explica a bióloga Lisiane Assunção, uma das responsáveis pelo picolé.
No local estão abrigados 350 animais, a maioria cães resgatados após a enchente de maio de 2024. Na atividade acompanhada por Zero Hora, cães idosos — com mais de 10 anos — foram os beneficiados.
Duas opções de picolés foram oferecidas. Uma era feita com sachê (ração pastosa) para cães, misturado com água. O outro tipo consistia em uma mescla congelada de manga, banana, maçã e mamão.
— Essas frutas não são ácidas nem tóxicas para cães, podem ser ingeridas sem problemas a qualquer momento — explicou a veterinária Tainara Harth, que atua na secretaria.
Nos dois casos, os alimentos foram colocados em copos descartáveis e depois levados ao congelador. Interessados em fazer a iguaria devem ter atenção às frutas utilizadas.
São exemplos de algumas que não devem ser dadas aos animais:
- Bergamota
- Laranja
- Abacaxi
- Uva
Exemplos de frutas que podem ser dadas aos pets:
- Manga
- Banana
- Maçã
- Mamão
Este verão é o primeiro em que a equipe da secretaria prepara a mistura. Os profissionais tentaram oferecer os picolés para os gatos que estão abrigados no espaço, mas a recepção foi distinta.
— Eles não tiveram boa adaptação em virtude da temperatura. O gato gosta mais de sachê morno e não de coisas geladas. No entanto, os filhotes gostaram e aproveitaram bastante — acrescenta a veterinária.
Além dos picolés, Tainara orienta deixar água fresca à disposição dos animais – pedras de gelo no líquido ajudam – e manter o ambiente ventilado durante ondas de calor. Outro ponto de atenção está relacionado ao pelo dos cães nos dias quentes:
— Muitas pessoas fazem a tosa porque acham que vai ajudar o animal a se refrescar. Acontece que, em muitos casos, o pelo funciona como um protetor térmico. Ou seja: a tosa pode piorar a situação e fazê-lo sentir mais calor — acrescenta a veterinária.
Segundo Paula Lopes, titular da Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal, a enchente aumentou o número de animais no local: de 140 para os cerca de 350 atuais. Em albergues externos, o somatório chega a 900 sob cuidados da prefeitura. Eles estão à espera de adoção.
— Temos que fazer que “bem-estar” faça jus ao nome para esses animais. Com temperaturas elevadas, nada mais justo do que ajudar esses cães, que merecem ser tratados com dignidade. Melhor que isso é chegar no final da história e encontrar lares para eles, aí a missão vai estar cumprida — pontua.
O abrigo fica na Avenida Boqueirão, 1986, bairro Estância Velha, e pode ser contatado pelo número (51) 3429-2924.