Bairro Partenon
Condomínio de contêineres atingido por incêndio passa por perícia
Fato aconteceu no sábado e não deixou feridos. Investigação da Polícia Civil sobre o caso também vai ouvir pelo menos 16 testemunhas, além do proprietário, para entender como era a segurança da estrutura e o que iniciou as chamas
Um conjunto de exames periciais e uma lista de pessoas identificadas pela Polícia Civil para oitivas que ocorrerão nos próximos dias compõem os elementos com os quais investigadores buscam elucidar as causas do incêndio que atingiu um condomínio de contêineres, no sábado (1º), no bairro Partenon, em Porto Alegre.
Conforme o delegado André Mocciaro, titular da 11ª Delegacia de Polícia (DP) da Capital, há expectativa de tomar o depoimento de 16 ex-moradores do local. Nesta segunda-feira (3), o Instituto-Geral de Perícias (IGP) coletou amostras de material e examinou as instalações.
— O inquérito está instaurado e irá analisar o resultado das perícias e o teor dos depoimentos. Até o momento temos 16 pessoas identificadas como vítimas e testemunhas. Outras poderão ser chamadas. O proprietário será o último a depor — declarou Mocciaro.
O incêndio aconteceu no começo da tarde. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 14h30min. O combate às chamas durou seis horas e exigiu a utilização de cinco caminhões com o total de 8 mil litros d'água.
Na madrugada desta segunda-feira (3), os bombeiros precisaram voltar no local para combater um novo foco de chamas. O conjunto de habitações, formado por 41 unidades, tinha 36 delas ocupadas. No momento do incêndio, havia 11 moradores no local. Ninguém ficou ferido.
A polícia, por meio das perícias e dos testemunhos, pretende definir que tipo de estrutura de segurança e de materiais compunham a edificação.
Proprietário diz que vai colaborar
Também nesta segunda-feira, o empresário proprietário do condomínio compareceu na 11ª DP e afirmou que vai colaborar com as investigações. Marcelo Nunes, 47 anos, declarou que, embora não tivesse o alvará de Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), cumpria as exigências descritas na lei por orientação das autoridades.
— Na ocasião da instalação do serviço de hospedagem, em 2018, não havia a previsão de PPCI para contêineres, pois não existia a emissão do Habite-se para este tipo de construção. Então fui orientado pelo Corpo de Bombeiros a disponibilizar os mesmos recursos que seriam exigidos para o PPCI — apontou.
Nunes diz que havia extintores, luzes de emergência, sinalização para a saída e portas nas dimensões estabelecidas na legislação. O empresário, que possui outras duas unidades de hospedagem no mesmo modelo em Porto Alegre, conta que interrompeu viagem que fazia no Exterior para providenciar suporte aos atingidos.
— Estamos com 18 ex-moradores hospedados em outras unidades da empresa. Eles estão recebendo refeições, ganharam roupa de cama e itens de higiene pessoal, além de R$ 200 para aquisição emergencial de vestuário. Nossa maior preocupação eram as vidas, que são mais importantes do que os objetos perdidos — comentou.