Piquetchê do DG
Festival Verão Gaúcho leva a cultura dos CTGs até os veranistas do Litoral Norte
Dezenas de pessoas acompanham os shows de danças típicas e visitam as oficinas na Praça Lourdes Rodrigues, em Imbé. Apresentações ocorrem sob estrutura coberta
O Festival Verão Gaúcho reúne dezenas de pessoas em uma estrutura coberta na Praça Lourdes Rodrigues, em Imbé, no Litoral Norte. No sábado (8), além das apresentações de 25 grupos de dança e das oficinas oferecidas para os visitantes, a cantora Luiza Barbosa, que é a apresentadora oficial do evento, realizou um show para os presentes.
— Temos aqui 50 CTGs (Centro de Tradições Gaúchas) de todo o Rio Grande do Sul, de Uruguaiana, Cruz Alta, São Chico. Oportunizamos para as pessoas do interior, que não têm o costume de vir para o litoral, poderem participar de um evento de tradição gaúcha e curtir um pouco de Imbé — afirma Juarez Paiva, produtor de conteúdo de O Mundo do CTG e organizador do festival.
Neste domingo (9), os veranistas de Imbé tiravam fotos e faziam vídeos das apresentações dos grupos de dança. O sol intenso e a temperatura de 29º C, em torno das 10h30min, colaboravam para a presença de público no entorno do palco montado a poucos metros da beira do mar.
— O objetivo é a gente furar a bolha da cultura gaúcha. E não ficar só fazendo festa dentro dos CTGs. É a gente levar os CTGs e a cultura gaúcha de encontro com a sociedade — acrescenta Paiva.
As premiações estão sendo distribuídas do primeiro ao quinto colocado em todas as categorias dos grupos de dança.
Os visitantes também aproveitam para adquirir conhecimento nas oficinas disponíveis. O cuteleiro Daniel Alano, 46 anos, exibia suas facas, inclusive a que leva o selo Porto Alegre, Capital Mundial do Churrasco. A peça é produzida a partir de um prego do trilho dos antigos bondes.
— Para tu escolheres uma boa faca, primeiro é preciso saber para qual utilidade será: churrasco, campo, luta. A melhor maneira é pegando ela na mão, sentindo o peso e a empunhadura. Uma boa faca tem que ter uma boa retenção de fio e ter uma durabilidade — ensina o proprietário da Cutelaria Alano e presidente da Associação Gaúcha de Cutelaria (AGC), maior do setor na América Latina.
O industriário Luiz Neves, 58, adquiriu uma das facas artesanais. E comentou sobre suas impressões não apenas em relação ao festival, mas também acerca da própria cultura dos gaúchos.
— Isso que eu enxergo vem se perdendo. Mas quem é da tradição está curtindo bastante o evento — fala.
Uma das oficinas era a da vaca parada. Basicamente, um laçador manuseia o laço e tenta laçar um pequeno cavalo de pau.
— É uma tradição muito linda que a gente tem ainda. Muita gente não pratica mais, mas é um esporte muito bom para ter com a família. E a criançada tem que vir, é muito bom — observa o laçador Lucas Machado, 20, que mora em Viamão, na Região Metropolitana.
Na oficina de churrasco era possível ver duas peças de costela sendo preparadas no fogo de chão. O assador Mauricio de Souza, 34, preparava o tradicional costelão 12 horas. Morador de Gravataí, ele integra a equipe RPF Assadores do Sul.
— O importante é mostrar a qualidade da nossa carne e a cultura do nosso churrasco — diz.
O encerramento está previsto para as 22h com a entrega dos prêmios.