Coluna da Maga
Magali Moraes: dois meses
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
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Ontem alcancei um pequeno grande marco: dois meses de reeducação alimentar. Acho que esse é o termo que melhor define a experiência até agora. Estou conseguindo ter uma relação mais tranquila com a comida, buscando saúde e longevidade. Sem proibições, sem desesperos, sem jejuns, sem remédio. Com uma nutri que me conquistou logo de cara, tirou o ranço das tentativas anteriores onde eu logo torcia o nariz e já nem queria voltar. Tudo tem sua hora, e a inspiração certa.
Dois meses é pouco ou muito? Eu não sabia se ia passar de dois dias, pra ser bem sincera. Fui a contragosto, na pior época possível. Quem é louca de começar um plano alimentar em 16 de dezembro, às vésperas de todas as comilanças e brindes de Natal e Ano-Novo? Por isso, combinei comigo mesma de começar de leve, sem compromisso, como se fosse um test-drive até a virada do ano. Quando 2025 chegasse, aí sim eu levaria à sério. Tirei o peso, equilibrei as expectativas.
Terreno
De lá pra cá, não deixei de comer e beber o que gosto. O que mudou foram as quantidades. E a ansiedade sendo trabalhada em paralelo na terapia (foi como preparar o terreno pra dar esse passo). Dois meses é pouco tempo, parecem os dois quilômetros iniciais de uma longa estrada. A diferença é que superei essa fase, embalei, estou em movimento. Literalmente: uma coisa leva à outra, hoje sinto necessidade de me exercitar. E sinto sede, aprendi a tomar água, carrego a minha garrafinha.
Em dois meses, os resultados estão aparecendo. Na roupa, na autoestima, na disposição, na força de vontade. Parecia quase impossível conciliar menopausa e perda de peso. Agora eu presto atenção na comida, respeito os limites, compenso algum excesso (acontece), venço a preguiça de descascar e picar. Lembrei do quanto gosto de frutas e saladas. Descobri que dá pra diminuir os doces e manter o bom humor. São só dois meses, tomara que daqui a pouco sejam dois anos já.