Eles passarão, eu passarinho - já dizia o poeta Mário Quintana. Acho que estou cada vez mais passarinha, do tanto que gosto de sementes. Chamo de alpiste de humanos. Cada vez que me esbaldo nelas, me sinto uma mulher-pássaro sobrevoando gordices calóricas e escolhendo algo que me alimenta melhor. Sempre gostei de sementes em geral, já contei aqui que adoro catar as que caem no fundo da embalagem de pão de sanduíche. Não basta ter grãos na fatia, quero as do fundão.

Pensa num alpiste de humanos bem variado, com semente de girassol e de abóbora, chia, linhaça dourada e normal, gergelim, etc. Pode incluir o que não é semente mas funciona junto: granola, nozes, castanhas, uva-passa (sim), amêndoa e o que mais encontrar a preço razoável, senão é indigesto. Essa combinação de grãos e sementes é a arma secreta pra me saciar com frutas e iogurte natural. Sabe a maçã que parece abrir o apetite? Misturando com alpiste de humanos, ela forra o estômago.

Multigrãos

Também posso comer essas sementes puras, vai dizer que isso não é coisa de passarinha? Se for algo multigrãos, já gostei antes mesmo de experimentar. Aveia é outra que sempre vem bem. A gente começa a ler sobre os benefícios pra saúde e quer descobrir novas sementes poderosas. Agora o único ponto negativo (sempre tem). Elas adoram grudar no dente, a chia é especialmente danada e apegadíssima. Chia com fio dental, uma combinação esquisita porém necessária.

Eu imagino essas sementes agindo dentro do corpo feito o Diabo Verde, limpando tudo. Talvez eu esteja pesando a mão no alpiste de humanos, será que é só uma fase? Minha queridinha é a semente de abóbora. Tão gostosa de morder, aquela cor verde me encanta. É o mesmo tom do pistache, que virou moda e gourmetizou. Já o alpiste de humanos não busca fama e glamour, só quer o nosso bem-estar. Experimenta e me conta. Até vou dar outra chance pra quinoa, que essa não desceu.

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