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Calor extremo

Mesmo com onda de calor, aulas serão mantidas na rede estadual do RS, anuncia secretária da Educação

Decisão foi informada por Raquel Teixeira após reunião da pasta com o Cpers, que pedia a interrupção e descartou nova medida judicial

25/02/2025 - 12h01min

Atualizada em: 25/02/2025 - 12h01min


Ian Tâmbara
Ian Tâmbara
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Ian Tâmbara / Agência RBS
Secretária da Educação afirmou que a situação das escolas é distinta e que direções têm autonomia para promover ajustes em horários e nas aulas.

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul anunciou que as aulas estão mantidas na rede estadual, mesmo com a previsão de temperaturas elevados devido a uma terceira onda de calor. A decisão ocorreu após reunião com o Cpers (sindicato dos professores estaduais), na manhã desta terça-feira (25).

A medida foi anunciada pela titular da pasta, Raquel Teixeira, em coletiva de imprensa.

As aulas estão mantidas. Temos consciência da diversidade da nossa rede, com algumas escolas que estão muito bem e completamente preparadas, outras mais precárias, uma minoria — disse, citando ainda que 27% das escolas estaduais têm ar condicionado, mas que 18% das salas são climatizadas.

O encontro ocorreu após pedido do Cpers, na sexta-feira (21), para suspender as aulas devido ao calor extremo da terceira onda de calor que atinge o Estado. 

No mesmo dia, a Seduc havia enviado orientações às escolas sobre como agir em caso de temperatura elevada, incluindo a alteração no período de início e saída das aulas, bem como o funcionamento das atividades (confira a íntegra ao fim da reportagem).

A orientação prevê essa autonomia de estudo caso a caso da definição. Eventualmente, em casos extremos, até de aula remota, o que não parece ser o caso agora porque nas casas dos nossos estudantes, nem sempre eles tem condição de internet para aulas remotas — disse Raquel.

Conforme Raquel, o sindicato afirma que há alguns ajustes necessários nas orientações.

— Eles entendem que talvez nesse protocolo de orientação das escolas ainda possa haver alguma melhoria. Pedi que analisassem e vão nos encaminhar — afirmou.

Novas reuniões estão previstas para serem realizadas, tendo o calor extremo e a situação das instituições de ensino na pauta.

— É a realidade ambiental do planeta. É uma demanda nova para qual temos que ter soluções o mais rápido possível. A conversa foi respeitosa, temos divergências, mas um compromisso com a escola pública de qualidade — revelou Raquel.

André Ávila / Agencia RBS
Rede estadual conta com 27% das instituições com ar condicionado, mas 18% das salas climatizadas.

Cpers cobra autonomia das escolas para suspensão

Após a coletiva, a presidente do Cpers, Rosane Zan, afirmou que o sindicato continuará cobrando autonomia para as direções das escolas decidirem suspender as aulas caso entendam que não há condições.

— Educação não se faz em um ambiente insalubre. O calor é extremo em alguns locais. E vamos seguir cobrando a questão da infraestrutura das escolas — disse.

Segundo ela, o sindicato não entrará com ação judicial desta vez, mas a medida não está descartada em casos de novos episódios de calor extremo, como ocorreu no início do ano letivo, após uma liminar.

Durante a reunião, Rosane disse que pediu a inclusão do Cpers na definição do calendário escolar dos próximos anos, considerando a continuidade de episódios de calor extremo.

Terceira onda de calor

Conforme o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Marcelo Schneider, a onda de calor deve persistir pelos próximos 10 dias, com temperatura de quase 40ºC na Metade Oeste, que abrange as regiões Central, Missões, Noroeste e parte da Campanha e Norte.

Para a Região Metropolitana e Vales, estão previstas máximas de 37ºC a 38ºC.

Orientações da Seduc para dias de calor extremo:

  • Possibilidade de antecipar ou adiar o horário de entrada e saída para evitar os momentos mais quentes do dia;
  • As atividades físicas também devem ser substituídas;
  • As escolas técnicas que realizam práticas pedagógicas em ambiente externo devem evitar os horários de pico de calor e reorganizar o formato das aulas;
  • As Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) devem adotar ações que correspondam à realidade das diferentes regiões, incentivando visitas presenciais nas escolas, onde equipes de servidores avaliarão as condições de atendimento;
  • Ampliação do acesso à hidratação, adaptação do cardápio da merenda escolar e reorganização das atividades ao ar livre, priorizando espaços cobertos e ventilados.

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