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Porto Alegre 

Moradores relatam prejuízos com quedas de energia no bairro Sarandi

Segundo relatos, a falta de luz é recorrente, principalmente após chuva ou vento forte

05/02/2025 - 16h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Rafael Lima / Reprodução
A rua, localizada na Zona Norte, faz esquina com a Avenida Assis Brasil

Moradores e comerciantes da Rua Zeferino Dias, no bairro Sarandi, em Porto Alegre, sofrem há anos com um problema que afeta diariamente suas rotinas. A queda de luz é recorrente, e, devido ao número de estabelecimentos que se encontram no entorno, o prejuízo é grande para muitas pessoas, afetando seus negócios. Segundo relatos dos residentes, as quedas na energia elétrica acontecem geralmente após chuva ou vento forte.

Segundo os comerciantes, já foram registrados alguns protocolos com a CEEE Equatorial, mas nenhum pedido foi atendido. Quem mora nos arredores da rua, percebe que o problema persiste mesmo quando a equipe da companhia realiza o conserto dos postes. Dependendo da condição climática, a falta de luz acontece novamente.

Dentre os empreendimentos que estão localizados no bairro, o Condomínio Residencial Zeferino Dias, com cerca de 2,5 mil moradores, é um dos pontos afetados pelo problema. De acordo com a síndica Candida Tolotti, 50 anos, por ser um conjunto habitacional antigo, a maior queixa é a perda de medicamentos e alimentos durante o tempo que os apartamentos ficam sem luz.

— Aqui no condomínio, a maioria das pessoas é mais velha, idosa, além de ter pessoas doentes, que sem luz perdem muitos medicamentos, como insulinas, ou até mesmo que precisam usar o ventilador (mecânico), entre outras coisas para viver — relata a síndica.

Protesto

Segundo Candida, no ano passado, o condomínio ficou cerca de três dias sem luz, o que levou os moradores a fazerem um protesto na rua. O religamento da energia elétrica ocorreu no dia seguinte. Nessa ocasião, os técnicos informaram para ela que, em razão da rede elétrica ser muito antiga, com qualquer chuva ou vento mais forte, era provável que a situação se repetisse. Na época, não foi apresentada qual seria a solução definitiva para o problema. 

O radialista Rafael Lima, 47, se mudou para o condomínio em 2020 e, desde então, tem conhecimento de relatos semelhantes sobre a demora para a manutenção e religação da energia elétrica. Ele conta que chegou a ficar de dois a três dias sem luz em casa, tendo prejuízo com os itens da geladeira. Frios, carnes e frutas precisaram ser descartados devido ao tempo sem refrigeração:

— Liguei uma ou duas vezes, mas, por ser um condomínio, com toda a certeza foram centenas (de ligações). A demora para o reparo é de perder a paciência. Às vezes, chega a passar de cinco horas para reparos — reclama Rafael.

Comerciantes não aguentam mais a situação

A rua, localizada na Zona Norte, faz esquina com a Avenida Assis Brasil, outro ponto movimentado da Capital, que possui muitos comércios ao redor. Proprietário do Mercado Liba, Rodrigo Ferrão, 44 anos, tem seu estabelecimento há três anos e também já teve prejuízos devido à frequência de quedas de luz. 

— Sempre que falta (a luz), é prejuízo pra mim. O freezer de sorvete é sempre o primeiro que estraga e por ser falta de luz, não tem troca por parte das empresas. Sem contar com a carne. Da última vez, ficamos 72 horas sem luz e perdi cerca de 10 quilos de carne, e sem resposta da CEEE — desabafa o comerciante. 

Naquela situação, com três dias sem energia elétrica, Rodrigo achou que teria que fechar seu estabelecimento de vez, com medo de não conseguir dar a volta por cima:

Achei que não ia aguentar, pensei que ia quebrar de vez. Não tinha como abrir, fiquei só vendo tudo deteriorar, a fruteira inteira foi fora.

Outro episódio que também ocorreu no ano passado, segundo o comerciante, foi a queda de uma árvore durante um temporal, que derrubou os fios elétricos na rua. Com o acidente, um transformador explodiu, deixando, além do Mercado Liba, outros comércios no prejuízo por cerca de dois dias. 

O que diz a CEEE

Procurada pelo DG, a CEEE Equatorial afirma que “não foram identificadas ocorrências recentes nos equipamentos que atendem a região”. A empresa salienta que todas as solicitações feitas pelos clientes constam como atendidas. “Dos três casos informados pela reportagem, um registrou falta de energia pela última vez há quatro anos. As outras solicitações datam de 2 de dezembro de 2024, quando Porto Alegre foi atingida por um evento climático com ventos de mais de 100km/h”, diz a nota da CEEE.   

Em caso de problema, a distribuidora destaca a importância do contato dos clientes por meio dos canais de atendimento, que pode ser feito pela Central de Atendimento 0800 721 2333; pelo WhatsApp (51) 3382-5500; ou na Agência Virtual.

*Produção: Ana Júlia Santos


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