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Aquecimento global 

Mundo viveu janeiro mais quente já registrado, afirma observatório europeu

Primeiro mês de 2025 registrou um aumento médio de temperatura de 1,75°C em comparação ao mesmo mês desde os tempos pré-industriais

06/02/2025 - 12h45min


AFP
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Ricardo Duarte / Agencia RBS
Elevação da temperatura global aumenta a intensidade e a frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor.

O mês passado foi o janeiro mais quente já registrado, anunciou o observatório europeu Copernicus nesta quinta-feira (06). Com isso, o recorde estabelecido há um ano foi quebrado.

Apesar da chegada do fenômeno La Niña, que tem um efeito de resfriamento, janeiro de 2025 registrou um aumento médio de temperatura de 1,75°C em comparação ao mesmo mês desde os tempos pré-industriais.

Este recorde coincide com o aumento das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. Cientistas esperavam que esse período excepcional desaparecesse após um evento quente de El Niño atingir o pico em janeiro de 2024 e as condições gradualmente mudarem para La Niña, que é a fase oposta.

Mas o calor permaneceu em níveis recordes ou quase recordes desde então, gerando debates sobre quais outros fatores podem estar levando o aquecimento para o limite das expectativas.

— É isso que torna tudo um pouco surpreendente... não estamos vendo esse efeito de resfriamento, ou pelo menos uma desaceleração temporária, na temperatura global que esperávamos ver — disse Julien Nicolas, cientista climático da Copernicus, à agência de notícias AFP.

Calor do oceano 

No mês passado, o observatório divulgou que as temperaturas globais médias em 2023 e 2024 excederiam 1,5 °C pela primeira vez.

Isso não representou uma violação permanente da meta de aquecimento de longo prazo de 1,5 °C do acordo climático de Paris, mas um sinal claro de que o limite estava sendo testado.

Cientistas alertam que cada fração de grau de aquecimento acima de 1,5º C aumenta a intensidade e a frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, chuvas intensas e secas.

O observatório Copernicus afirma que monitorará de perto as temperaturas dos oceanos em busca de pistas sobre a direção que o clima tomará.

Isso porque os oceanos são um regulador climático vital e um sumidouro de carbono, e águas mais frias podem absorver maiores quantidades de calor da atmosfera, ajudando a diminuir a temperatura do ar.

A massa de água que cobre dois terços da Terra armazena 90% do excesso de calor retido pela liberação humana de gases de efeito estufa.

As temperaturas da superfície do mar foram excepcionalmente altas em 2023 e 2024, com o observatório  informando que as leituras de janeiro foram as segundas mais altas já registradas. — É isso que é um pouco intrigante, por que eles ficam tão aquecidos — questionou Nicolas. 


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